Ser mãe é o sonho de muitas mulheres. Mas a tarefa pode ser desafiadora e o amor incondicional traz responsabilidades antes mesmo da gestação. O bem-estar da mãe está diretamente relacionado com o da criança e o cuidado com a saúde geral da mulher é indispensável. Para quem planeja engravidar, é importante realizar um balanço do histórico de saúde, com atenção personalizada e acompanhamento frequente. Para isso, exames de rotina - clínicos, laboratoriais e de imagem - são essenciais para saber como está o organismo da mulher e garantir uma gravidez saudável. Esses cuidados devem continuar durante a gestação e seguir após o nascimento da criança.
De início, para avaliar a saúde geral da futura mamãe, é indispensável uma consulta com um especialista em ginecologia. Nessa visita, são realizados exames clínicos de rotina, incluindo análise das mamas e do colo do útero. Além disso, neste momento é feita a coleta de uma amostra de células do colo uterino, que é encaminhada para o exame citológico, mais conhecido como Papanicolau.
“Por meio desse exame é possível identificar infecções vaginais, infecções sexualmente transmissíveis (IST's), bem como alterações que podem indicar a presença de câncer”, esclarece a médica ginecologista, ultrassonografista e especialista em saúde da mulher, Dra. Ana Glauce Carvalho, do Exame Medicina Diagnóstica, pertencente à Dasa, maior rede de saúde integrada do Brasil.
Para complementar as análises clínicas, a médica reforça que alguns exames laboratoriais, como hemograma completo, TSH e T4, colesterol total, TGO E TGP, creatina, glicemia e triglicerídeos, ajudam a mostrar indícios de alterações em alguns órgãos como tireoide, fígado, rins e pâncreas.
Aliados a esses exames e também essenciais para o check-up completo da saúde da mulher, estão os exames de imagem. Entre os mais importantes, a Dra. Ana Glauce destaca o ultrassom da tireoide (glândula que produz hormônios responsáveis pelo controle do organismo) e o ultrassom das mamas e/ou mamografia, recomendado para uma avaliação completa da região mamária e muito importante para garantir uma amamentação saudável. A especialista reforça ainda a relevância do ultrassom do abdome, para investigar alterações de forma precoce, como inflamação no pâncreas e fígado.
Segundo a médica, a avaliação pélvica também é indispensável e pode ser feita por ultrassonografia via abdominal (na superfície do abdome superior) ou transvaginal (com inserção de um aparelho na vagina). “Esses exames de imagem pélvica ajudam na detecção de ovários policísticos, gravidez ectópica, endometriose, entre outros distúrbios”, esclarece a especialista.
Gestação
Quando a mulher recebe a notícia de que está grávida, chega também uma nova fase de cuidados. Além da atenção com a saúde da mãe, o bebê precisa ser avaliado. O acompanhamento, por meio do pré-natal, deve ser feito desde o início da gestação e, durante as consultas com o/a obstetra, são observados aspectos como o peso da mulher, pressão sanguínea, sinais de inchaço nas pernas e pés, altura uterina (medida da barriga verticalmente), além da avaliação nas mamas e, claro, dos batimentos cardíacos do feto.
Durante o período do pré-natal são realizados vários exames, como a ultrassonografia, hemograma completo, HIV, além de sorologias para rubéola, toxoplasmose, hepatite B e C, entre outras. Vale lembrar que é importante ainda acompanhar a carteira de vacinação da gestante. As imunizações, que serão recomendadas pelo médico, são essenciais nesse período para proteção tanto da mãe como do bebê. Entre as aconselhadas, estão as vacinas contra a coqueluche e tétano, hepatite B e influenza (gripe).
As consultas permitem avaliar se a gestação é de baixo ou alto risco e, de acordo com o que for observado, o acompanhamento com um especialista em medicina materno-fetal é importante. Segundo o Dr. Matheus Beleza, ginecologista e coordenador de medicina materno-fetal da Maternidade Brasília, também pertencente à Dasa, a intenção deste acompanhamento é avaliar o bem-estar do bebê e fazer o rastreamento de doenças - raras ou não.
“Buscamos alterações do bem-estar, fatores de risco para a mãe, doenças prevalentes e de maior incidência, como a pré-eclâmpsia, a prematuridade, diabetes gestacional e as malformações cardíacas e genéticas. Observar a mãe de maneira cautelosa e integral nos direciona para um cuidado mais específico, personalizado e com uma frequência de consultas diferentes daquelas que acontecem em pré-natal de baixo risco”, explica o especialista.
Doenças na gestação
Falar sobre distúrbios e doenças mais comuns na gravidez é algo complexo, uma vez que varia em função de muitos fatores físicos, genéticos e até mesmo do estilo de vida de cada paciente. No entanto, Dr. Marcus de Paula, ginecologista e obstetra do Hospital Brasília, Maternidade Brasília e Hospital Brasília Unidade Águas Claras, alerta sobre algumas patologias que podem acometer as gestantes.
Entre elas, uma das mais conhecidas é a pré-eclâmpsia (pressão alta na gravidez). Segundo Dr. Marcus de Paula, esse quadro representa um dos riscos mais graves para a saúde da mulher grávida, uma vez que, na falta de diagnóstico e tratamento rápidos e precisos, pode evoluir para a eclâmpsia, uma condição de alto risco capaz de causar convulsões e hemorragia cerebral, colocando em risco a vida da paciente.
“Apré-eclâmpsia ocorre diante da coexistência de sintomas como hipertensão, inchaço eproteinúria, isto é, quando há presença de proteínas na urina. Também pode se agravar levando a causar dor abdominal, visão turva, tontura, dores de cabeça e até mesmo convulsões”, destaca o especialista. Segundo ele, é importante o manejo adequado da gestação, que deve ser conduzida com consultas regulares e bom controle da pressão, incluindo ou não medicações.
Outra doença que também pode acometer as gestantes é a diabetes gestacional, desencadeada por níveis de açúcar elevados no sangue durante esse período. O tratamento inclui ocontrole glicêmico,por meio de uma alimentação saudável e exercícios físicos, podendo ainda haver necessidade de uso de medicação, até mesmo insulina nos casos mais graves.
“A diabetes gestacional promove um crescimento acelerado do feto, que pode ficar com o peso muito acima do percentual normal, o que dificulta o trabalho de parto. A sua ocorrência também aumenta o risco de morte súbita do bebê dentro do útero, especialmente no fim da gravidez.”, afirma o ginecologista e obstetra. Segundo o médico, por causa dessa premissa, é essencial a realização de exames periódicos de monitorização do bem-estar do bebê, especialmente no final da gestação.
A anemia também é um distúrbio preocupante durante a gravidez. Na gestação, a mulher precisa de mais ácido fólico e ferro do que o normal para aumentar a quantidade de sangue no corpo e para seu bebê, que está em desenvolvimento.
A anemia na gravidez pode apresentar alguns sinais inespecíficos inicialmente, como fadiga, fraqueza, tontura, falta de ar a esforços, dor de cabeça e palidez. Em casos mais graves, o pulso pode ser rápido e fraco, com chances de desmaios e pressão arterial muito baixa.
As infecções também merecem atenção nesse período. Diversos tipos podem acometer uma gestante, causando desdobramentos potencialmente perigosos para a gravidez e para o embrião.
Entre essas infecções estão a urinária, a toxoplasmose, infecção por citomegalovírus, rubéola, hepatite, infecções do trato urinário e as ISTs, como clamídia, gonorreia, HIV, HTLV, sífilis e herpes genital. “Muitas dessas patologias podem ser evitadas ou tratadas com cuidados adequados de acompanhamento pré-gravidez, pré-natal e pós-parto”, alerta Dr. Marcus de Paula.
O parto
É chegado o momento. Após todo o cuidado com a saúde da mulher e do bebê, os profissionais, junto com a gestante, irão avaliar o melhor parto para os dois, que pode ser o parto cirúrgico (também chamado de cesárea ou cesariana) ou o parto vaginal (natural). Para a escolha, é importante avaliar todo o histórico da gestação, que é acompanhado por uma equipe multidisciplinar.
“Independentemente do tipo de parto, acreditamos que o atendimento humanizado, que envolve a família e acompanhantes, melhora a saúde e a qualidade de vida das pacientes”, enfatiza o coordenador de medicina materno-fetal da Maternidade Brasília, Dr. Matheus Beleza.
Segundo ele, vale frisar que, durante todo o processo de cuidado, é importante a escolha por uma rede de saúde integrada, que possibilita e facilita a jornada da gestante e do bebê, com acompanhamento por diferentes especialistas, que promoverão mais segurança e qualidade assistencial desde o planejamento da gestação, até o nascimento da criança. “Na Maternidade Brasília, oferecemos apoio integral à gestante e ao bebê. Acreditamos em uma assistência qualificada e humanizada e contamos com uma estrutura completamente equipada com UTI materna e neonatal”, conclui.