Garantindo energia limpa para o país

As PCHs (Pequenas Centrais Hidrelétricas) se destacam por serem sustentáveis e atenderem a demanda energética brasileira. Brasal Energia reforça a importância desses empreendimentos

Atualmente, o Brasil possui 426 PCHs (Pequenas Centrais Hidrelétricas) em funcionamento em diferentes estados. Em termos de potência já instalada, os empreendimentos estão situados em quinto lugar entre as fontes de energia do país com um pouco mais de 7.138.988,54 kilowatts (kW) gerados. As informações, divulgadas no site da Associação Brasileira de PCHs e CGHs (Abrapch), são da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel).

A intenção é que o valor seja cada vez mais significativo, visto que as PCHs estão chamando atenção do mercado brasileiro por serem uma alternativa sustentável para auxiliar na geração de energia.

“A nossa matriz energética tem um percentual renovável alto por causa das hidrelétricas. Além disso, o impacto ambiental da PCH comparado a uma grande usina tende a ser menor. Isso porque ocupam menos área, tem uma construção simplificada e são mais fáceis de manter, sendo também bastante seguras em funcionamento”, explica Alexandre Corrêa, diretor da Brasal Energia.

Em 2021, o país sofreu com uma alta de 114% na cobrança de energia elétrica, de acordo com a Associação Brasileira dos Comercializadores de Energia (Abraceel). Esse cenário foi causado pela escassez hídrica, considerada a mais severa dos últimos 91 anos, e gerou, ainda mais, o interesse pelo segmento de PCHs devido a premissa de ser um empreendimento capaz de proporcionar energia limpa, renovável e barata.

A crise, responsável por encarecer as contas de luz, veio à tona por conta da seca que atingiu os reservatórios brasileiros. Por conta dessa situação, houve a necessidade de ativar as usinas termelétricas, consideradas mais caras por produzirem energia a partir da queima de carvão, óleo combustível e gás natural ou pela fissão de algum material radioativo.

A alternativa não é a ideal, especialmente por haver a liberação de gases poluentes na atmosfera; promover um custo elevado para geração de energia; e haver dependência de recursos finitos. Por isso, há um estímulo para a construção de mais PCHs no país.

Em março deste ano, Patrick Thomas, diretor interino da Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA), destacou que os reservatórios de hidrelétricas contribuem para evitar a escassez e garantir segurança hídrica mesmo em eventos ambientais extremos, como em épocas de secas e cheias.

No que diz respeito a capacidade de gerar energia por meio das PCHs, Alexandre, da Brasal Energia, visualiza um cenário promissor no país. "A gente tem uma condição única. É fantástica a geração por meio das usinas hidrelétricas que te dá uma energia de qualidade com custo acessível. Isso é um grande diferencial e ajuda muito no desenvolvimento do Brasil”, contextualiza.

Referência como geradora brasileira

A Brasal Energia tem se estabelecido como uma geradora de energia no país. No que diz respeito à energia solar, a empresa possui dois complexos de usinas fotovoltaicas de geração distribuída, localizadas em Luziânia (GO) — Complexo Solar Bom Jesus, com cinco usinas; e Ceilândia (DF) — Complexo Solar Ceilândia, com sete usinas. Ambos com tecnologia de ponta e utilização de painéis bifaciais e trackers. Para a construção, foram investidos R$ 40 milhões.

Já no âmbito das PCHs, a Brasal possui Usina em construção no rio Verdão, no município de Rio Verde, em Goiás, com conexão na subestação de Montividiu (GO), onde a empresa detém maioridade das ações, sendo a responsável pela construção e operação, dividindo as responsabilidades com o Grupo Amper. Com investimento na ordem de R$ 240 milhões, a usina gerará 22,5 MW totais. A previsão é que a operação se inicie em 2024.

Além disso, Alexandre comenta que a empresa expandiu a sua atuação na região Sudeste ao finalizar, em junho, a operação de aquisição da participação de cinco PCHs. A compra de 51% de participação na Lightger e Guanhães Energia totalizando um investimento de mais de R$ 200 milhões.

Com isso, a Brasal Energia passa a responder, em conjunto com a CEMIG, pela operação dos empreendimentos de Senhora do Porto, Dores de Guanhães, Fortuna II e Jacaré, todas localizadas em Minas Gerais, operadas pela Guanhães Energia, e Paracambi, situada no Rio de Janeiro e operada pela Lightger. A CEMIG é a detentora dos 49% restantes.

Reconhecida como um dos maiores grupos empresariais do Centro-Oeste, a Brasal atua nos segmentos de produção e distribuição de bebidas (Brasal Refrigerantes), incorporação e construção imobiliária (Brasal Incorporações), revenda de veículos e corretora de seguros (Brasal Veículos e Brasal Corretora), comercialização de combustíveis (Brasal Combustíveis), geração de energia limpa e renovável (Brasal Energia) e atividade pecuária.

A Brasal Energia, empresa mais recente do grupo, nasceu da estratégica diversificação de portfólio de negócios e fortalecimento das diretrizes de empreendedorismo e expansão, estando em sintonia com as competências gerenciais e características empresariais da Brasal, que acredita no contínuo crescimento e investimento no segmento energético brasileiro.

Para o vice-presidente das empresas Brasal, Osório Neto, a expansão para o Sudeste “é um investimento muito bem planejado, executado, e economicamente sólido, considerando que o contrato prevê o fornecimento de energia durante 30 anos”.

 

Brasal Energia
Infogram

Como funcionam as PCHs

Existem várias formas de gerar energia elétrica, como por meio da queima de petróleo, carvão e gás; com a fissão nuclear; trabalhando com luz e calor do sol; e até mesmo apostando em ventos e no movimento das águas de rios. As PCHs se enquadram na parte hídrica da geração energética.

Conforme classificação feita pela Aneel, as PCHs são usinas hidrelétricas de tamanho e potência mais reduzidas com, obrigatoriamente, entre 5 e 30MW e menos de 13km² de área de reservatório.

Na prática, é necessário estudar a região para não prejudicar o meio ambiente. Posteriormente, a água do rio é represada por barragens. Com suas estruturas hidráulicas chamadas de vertedouro e comportas, é possível controlar o nível da represa. Caso haja excesso de chuvas no local, a água passa por esses mecanismos de forma natural, sem gerar alagamentos. Por isso, é considerado um método seguro.

A água represada entra com grande pressão em um duto e segue em direção às turbinas, responsáveis pela geração de energia e possuem várias pás. Depois, ela aciona o gerador da usina, transformando a energia mecânica em energia elétrica. O transformador aumenta a tensão da energia, permitindo que ela viaje aos fios e chegue à cidade. Após todo esse processo, a água não é consumida e, portanto, 100% dela é devolvida ao rio para ser usada normalmente.

Para a Abrapch, com esse mecanismo, é possível reduzir a emissão de carbono caso haja a utilização do potencial disponível pelas PCHs. Paulo Arbex, presidente da entidade, acredita que a modernização do setor elétrico brasileiro (SEB) é prioridade no debate sobre energia elétrica. “Este é o desafio da nova década, como levar a termo a necessária modernização do SEB, pós-pandemia, aliado ao crescimento das fontes renováveis, a necessidade de viabilização das PCHs no mercado, a ampliação do mercado livre, entre outros aspectos”, afirma.

Atualmente, junto com as Centrais Geradoras de Hidráulica (CGH), empreendimentos que podem gerar até 5MW de energia, as PCHs somam mais 5.560MW de energia gerada, com a possibilidade de chegar a 19.328MW.

Na visão da Brasal, as hidrelétricas juntas — incluindo as PCHs —, são a matriz energética mais importante do país, capaz de sustentar boa parte de todo o sistema brasileiro. “A energia hidrelétrica não tem horário ou limitação de funcionamento. As usinas solares, por outro lado, funcionam no horário do dia. As hidrelétricas têm uma característica interessante de poder acumular água para liberá-la na hora que há necessidade”, informa Alexandre.

Matéria escrita pela jornalista Gabriella Collodetti