O Movimento Armorial, que surgiu na década de 1970, foi responsável por valorizar a cultura popular brasileira, focando nas vivências nordestinas. Celebrando as cinco décadas do seu surgimento, o Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB), em Brasília, reúne arte, encontros musicais e conversas sobre a arte até o dia 15 de janeiro. O público poderá imergir nesse universo de terça-feira a domingo, das 12h às 19h30. A entrada no ambiente é gratuita mediante a retirada do ingresso.
Lançado no Recife, o movimento foi criado e liderado por Ariano Suassuna, dramaturgo, professor, pintor e escritor. Ciente da importância da temática, a mostra do CCBB oferece cerca de 140 obras de artistas importantes para a iniciativa, como o próprio Suassuna; Francisco Brennand; Gilvan Samico; Aluísio Braga; Zélia Suassuna; e Lourdes Magalhães. De acordo com o Centro Cultural, a grande maioria das obras nunca havia saído da capital do estado de Pernambuco.
“A exposição é fiel à proposta de Ariano Suassuna, apresentando às novas gerações o trabalho pioneiro e engajado do autor, mostrando como ele propunha uma volta às raízes brasileiras, com profundo respeito à diversidade e às tradições, mas apresentando tudo de forma mágica, lúdica e plena de humor — um humor que faz pensar”, afirma a curadora Denise Mattar.
Além da exposição, o CCBB também apresenta uma programação especial com espetáculos musicais, exibição de documentário e debates focados no legado do movimento armorial. Para que a experiência seja ainda mais enriquecedora, o público poderá realizar atividades interativas e, com isso, será possível acessar conteúdos digitais, como o tour virtual da mostra e reprodução de playlist em streaming de áudio.
Organizada em núcleos, o espaço abrange o térreo e o subsolo do Centro Cultural, nas Galerias I e II. Para cada ambiente, foi definido uma expografia exclusiva com o intuito de trazer à tona a diversidade, as tradições e as mais representativas raízes da cultura popular nordestina.
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Divulgação Banco do Brasil. -
Divulgação Banco do Brasil.
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Divulgação Banco do Brasil.
O projeto surgiu com o compromisso de reapresentar ao público, sobretudo às novas gerações, a proposta singular e desafiadora de Ariano de criar uma arte erudita a partir das mais autênticas e tradicionais manifestações artístico-culturais populares do Nordeste e de outras regiões do país.
Concebida para marcar o cinquentenário do Movimento Armorial, comemorado em outubro de 2020, o projeto teve seu lançamento postergado devido à pandemia de covid-19, e chega em Brasília após ter passado pelo CCBB Belo Horizonte, Rio de Janeiro e São Paulo.
"Ariano foi uma pessoa muito importante para a arte brasileira, uma pessoa que percebeu a importância da arte popular e foi capaz de unir erudito e popular de uma forma totalmente particular, criando um movimento que ele chamou de Movimento Armorial", explica Denise Mattar. "A gente quis trazer para o público esse universo mágico do Ariano. A exposição traz o espírito armorial, que era essa mistura de todas as coisas: música, dança e pintura, tudo ao mesmo tempo", complementa.
Além da curadoria de Denise Mattar, a exposição conta com a expografia e arquitetura do designer Guilherme Isnard. Para a consultoria, foram cotados o artista plástico Manuel Dantas Suassuna, filho de Ariano e o poeta, ficcionista e professor da Universidade Federal de Pernambuco, Carlos Newton Júnior. Já a identidade visual é assinada por Ricardo Gouveia de Melo e Ana Lucas. Regina Rosa de Godoy, diretora da empresa R. Godoy Marketing e Cultura, assume a coordenação geral do projeto.
SERVIÇO
O que: exposição Movimento Armorial 50 anos;
Quando: até o dia 15 de janeiro de 2023, de terça-feira a domingo, das 12h às 19h30;
Onde: no Centro Cultural Banco do Brasil Brasília (CCBB), SCES, Trecho 2 – Brasília/DF;
Quanto: entrada gratuita mediante retirada do ingresso no site https://ingressos.ccbb.com.br/exposicao-movimento-armorial-50-anos__275.
Matéria escrita pela jornalista Gabriella Collodetti