Opinião

Barroco mineiro

Criada em 2000, a Orquestra Ouro Preto iniciou sua trajetória no interior de Minas Gerais e, com o passar dos anos, tornou-se um dos grupos mais inovadores e relevantes do país

Orquestra Ouro Preto comemora 25 anos de existência com uma extensa programação -  (crédito: Íris Zanetti/Divulgação)
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Orquestra Ouro Preto comemora 25 anos de existência com uma extensa programação - (crédito: Íris Zanetti/Divulgação)

A música barroca tem na Orquestra Ouro Preto a principal intérprete no Brasil. O grupo instrumental mineiro comemora 25 anos de existência com uma extensa programação. O ponto de partida é a turnê por capitais da Europa ao lado  do cantor e compositor pernambucano Alceu Valença para a apresentação do concerto Valencianas, que estreou no Barbican Centre, em Londres. Na sequência, o espetáculo foi visto e aplaudido em teatros da Holanda, da Espanha, da Alemanha e de Portugal.

Quarta-feira última, na Casa da Ópera, naquela cidade mineira, o grupo, sob a regência do maestro e diretor artístico Rodrigo Toffolo, foi ovacionado ao interpretar Bachiana Brasileira nº 9 (Heitor Villa-Lobos), Suite del angel (Astor Piazzola), com arranjos inéditos de José Carli, e Canções para as estações (André  Mehmari), criação inédita inspirada nos sonetos atribuídos a Vivaldi, trazendo uma abordagem inovadora com a voz da soprano Marília Vargas. 

As comemorações prosseguiram domingo último com a abertura da série Domingos clássicos — Uma década de sucessos, que tem o Sesc Palladium, em Belo Horizonte, como parceiro. O concerto prestou homenagem ao mestre do bandoneon, o argentino Rufo Herrera, com a  participação do Quinteto Tempos. Trata-se de uma viagem pelo legado de Herrera, ao trazer a interpretação de obras consagradas e peças inéditas do compositor que teve papel fundamental na construção da identidade do grupo, ao aliar tradição e  inovação.

Durante o ano, Domingos Clássicos trará sucessos marcantes da trajetória da orquestra, como Música para cinema, O grande governador da Ilha dos Lagartos, o tributo nirvana, Nevermind, o espetáculo cênico-musical Fernando Capelo Gaivota, e a nova edição da série Alma mineira, que celebra a música feita em Minas Gerais. A orquestra, que aposta na ousadia, leva aos palcos uma versão inédita de Feliz ano velho, de Marcelo Rubens Paiva, que será vista na Praia de Copacabana, no Rio de Janeiro, além de apresentações no Rio Grande do Norte, na Bahia, no Amazonas e no Paraná.

Criada em 2000, a Orquestra Ouro Preto iniciou sua trajetória no interior de Minas Gerais e, com o passar dos anos, tornou-se um dos grupos mais inovadores e relevantes do país, com o compromisso de valorização da música brasileira. O reconhecimento em palcos internacionais a levou a conquistar milhares de admiradores ao redor do mundo, com presença marcante nas redes sociais e nas plataformas digitais. Atualmente, é ouvida na América Latina, além de contabilizar 240 mil seguidores no Instagram, mais de 100 mil ouvintes mensais no Spotify e milhares de acessos no YouTube.

 

Irlam Rocha Lima
IR
postado em 25/03/2025 06:00