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Carros elétricos corporativos: empresas se adaptam à nova realidade

A novidade é fundamental para garantir a eficácia da transição energética e combater os efeitos das mudanças climáticas, mas precisa de um aliado fundamental: as empresas. As corporações são parte fundamental do desafio de diminuir a emissão de GEEs (Gases de Efeito Estufa) da sua frota

Ônibus elétricos rodam no DF desde 2020. Veículos do tipo contribuem para redução das emissões de poluentes -  (crédito: Paulo H. Carvalho / Ag?ncia Bras?lia)
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Ônibus elétricos rodam no DF desde 2020. Veículos do tipo contribuem para redução das emissões de poluentes - (crédito: Paulo H. Carvalho / Ag?ncia Bras?lia)

Carlos Henrique de Morais Silva* 

A entrada de veículos elétricos para comercialização foi uma das maiores revoluções do setor automotivo no país nos últimos anos. Seguindo uma tendência mundial, a novidade ganhou força também no Brasil. Dados de mercado revelam que cerca de 140 mil carros elétricos foram emplacados no país até outubro de 2024. A novidade é fundamental para garantir a eficácia da transição energética e combater os efeitos das mudanças climáticas, mas precisa de um aliado fundamental: as empresas. As corporações são parte fundamental do desafio de diminuir a emissão de GEEs (Gases de Efeito Estufa) da sua frota.

A eletrificação da frota é uma tecnologia recente, mas que vem se desenvolvendo e tem alto crescimento projetado para os próximos anos. Nesse cenário, as empresas tornam-se uma peça essencial no complicado quebra-cabeça da redução de emissão de GEEs. Com grandes frotas, que muitas vezes percorrem distâncias longas, os veículos corporativos são um ótimo exemplo de como a eficiência e a eficácia energética no setor automotivo podem caminhar de mãos dadas.

Protagonista da transição energética no país, a Neoenergia tem investido nessa alternativa. Desde 2019, os recursos destinados para a mobilidade elétrica em Brasília foram de R$ 5,2 milhões, com aquisição de 21 veículos até 2024. No país, o investimento total foi de R$ 23 milhões, contabilizando a aquisição de 122 unidades no mesmo período.

Outro fato importante é o estímulo que a adoção desse tipo de estratégia traz para os públicos interno e externo. Nesses casos, a companhia reforça o seu compromisso com a sustentabilidade das cidades em que atua e compartilha, com os seus colaboradores, a preocupação em cuidar desses espaços urbanos.

O impacto dessas iniciativas é significativo. Para se ter uma ideia, a quantidade de emissões de CO2 evitadas em Brasília, por ano, depois do início da adoção da frota elétrica, chega a 1,06 tonelada. Nas áreas de atuação da Neoenergia em todo o Brasil, o valor é de 11,06 toneladas.

Os esforços da companhia para descarbonizar a sua frota vão além da compra de novos veículos elétricos ou híbridos. No Distrito Federal, a Neoenergia adquiriu uma van 100% elétrica para realizar atendimento comercial itinerante pelas cidades e o grupo trabalhou em um projeto de pesquisa e desenvolvimento, implementado entre 2019 e 2023, que resultou em um caminhão elétrico para manutenção de redes de distribuição de energia. Com valor aplicado de R$ 14,8 milhões, a iniciativa conquistou o Prêmio Eco, concedido pela Amcham Brasil, na categoria mobilidade elétrica. Essa entidade é a representação no país da Câmara de Comércio dos Estados Unidos.

Ao aplicar recursos na eletrificação da sua frota, a Neoenergia contribui, de maneira prática, com essa iniciativa, e alinha a ação com valores da companhia: o comprometimento com ações voltadas para a transição energética do país.

Além do cuidado das corporações com as estruturas físicas para cumprir as metas de descarbonização, é necessário considerar a mobilidade, outro grande problema das maiores cidades brasileiras, como um ponto da estratégia a ser levado em conta.

Para 2025, a estimativa do setor automotivo para os carros elétricos segue em alta. Um relatório divulgado pela S&P Global Mobility aposta que o crescimento do setor será de 30% neste ano em todo o mundo, totalizando a venda de 15,1 milhões de unidades. Esses dados impactantes demonstram a força desse segmento.

Impactadas pelo bom momento do setor e pelo potencial de consumo desses modelos no país, montadoras chinesas anunciaram que começarão a produzir carros elétricos no Brasil em 2025. Os analistas do segmento afirmam que essa medida faz parte da estratégia global das companhias asiáticas, já que o Brasil é considerado atualmente o quinto maior mercado do mundo desse tipo de produto.

Dados recentes revelam que 2024 foi o ano mais quente da história, no Brasil e no mundo. É preciso agir agora para garantir a disponibilidade de recursos para as gerações futuras. Essas ações passam pelo uso de energias mais limpas, em substituição aos combustíveis fósseis. Os carros elétricos são aliados nesse trabalho e a Neoenergia seguirá contando com eles.

*Diretor-superintendente de Operações da Neonergia de Brasília

Opinião
postado em 18/02/2025 06:00