Artigo

Tristeza de Natal

Você tem direito de viver uma tristeza natalina sem qualquer constrangimento. Os seres humanos, como sociedade, caminharam muito para ainda serem tão subservientes a algo como um padrão de alegria.

O Natal não é experienciado da mesma forma por todas as pessoas. Em alguns indíviduos, a data pode despertar tristeza, apatia ou estresse -  (crédito: Reprodução/Freepik)
O Natal não é experienciado da mesma forma por todas as pessoas. Em alguns indíviduos, a data pode despertar tristeza, apatia ou estresse - (crédito: Reprodução/Freepik)

Mais um ano chega ao fim. A cerca de meio mês para o início de 2025, talvez seja a hora de olhar para trás e ponderar os certos e errados de outro ciclo. Inevitável, contudo, a sensação agridoce de tristeza que permeia as frustrações do passado e os medos do futuro.

Se você nunca sentiu tal sentimento e vive as vésperas do Natal cheio de alegria como nos filmes, bom para você. Um problema a menos. A realidade de muitos outros, entretanto, não é essa.

A sensação de tristeza às margens é tão comum que ganhou até um nome de especialistas: "dezembrite". Vale pontuar, é claro, que existem aspectos desse sentimento. Em casos extremos, torna-se uma condição médica, passível de tratamento. Não é sobre isso que este texto comenta.

A melancolia de fim de ano é algo mais sutil, mas ainda presente. É aquele incômodo com o estresse dos excessos da data, com toda a falsidade envolvida em cumprimentos vãos e, acima de tudo, aquela amofinação de não estar na mesma vibração do Natal e muito menos de expectativa na virada do ano.

O objetivo deste texto é fazer duas reflexões sobre o tema:

Primeiro, você tem direito de viver uma tristeza natalina sem qualquer constrangimento. Os seres humanos, como sociedade, caminharam muito para ainda serem tão subservientes a algo como um padrão de alegria. Divergir e não querer montar uma árvore de Natal ou gastar R$ 50 com pisca-pisca pode ser normal, sim.

Segundo é o que apelidei de "momento salvação". Na prática, é fazer três atividades que me trazem uma adorável sensação de alívio à tristeza de Natal. Vamos a elas:

Assista a séries ou leia livros como uma regra. Separe duas horas na semana (no mínimo) para simplesmente sentar e se divertir com algo. Não tente nada que seja denso. É coisa simples, fácil de digerir, mas não tão superficial quanto redes sociais. 

Evite redes sociais. Sim, eu sei o quão difícil isso pode ser. Não, não tenho uma forma de facilitar esse distanciamento. Mas, se você tentar, perceberá o quão positivo pode ser. Além de todas as representações (bem) fora da realidade sobre a data, ficar rolando o feed causa uma perda de tempo que só gera frustração.

Faça atividades físicas. Em geral, é a primeira coisa que cortamos no fim de ano, afinal, não parece existir muito tempo. Contudo, é uma das práticas que mais ajudam a aliviar o estresse.

Obviamente, não existe uma receita universal para lidar com a tristeza do Natal. Algumas dicas podem ajudar. Contudo, vale lembrar que o espírito natalino não pode ser tão intransigente. Sim, temos o que comemorar, mas também nem tudo anda de vento em popa. Às vezes, a melancolia é justificada, mas, acima de tudo, existem formas de tentar lidar com ela.

 


Ronayre Nunes
postado em 13/12/2024 06:00
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