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O papel estratégico das instituições particulares na internacionalização do ensino superior brasileiro

Estamos diante de um cenário onde as fronteiras acadêmicas se tornam cada vez mais tênues, e a educação brasileira, especialmente as faculdades, centros acadêmicos e universidades particulares, tem muito a ganhar ao se conectar com as melhores práticas globais

Celso Niskier, diretor-presidente da Associação Brasileira de Mantenedoras de Ensino Superior (ABMES) e doutor em inteligência artificial

A internacionalização do ensino superior faz parte da agenda central para as universidades de todo o mundo, e o Brasil não pode ficar de fora desse movimento. Recentemente, 40 reitores e gestores educacionais estiveram no Reino Unido, reforçando a importância dessa estratégia, especialmente para as instituições particulares brasileiras. A visita a algumas das melhores e mais relevantes universidades do mundo, como Cambridge, Oxford, University College London e King's College, proporcionou um espaço de diálogo e aprendizagem fundamental para o avanço do nosso ensino superior.

A experiência evidenciou que a internacionalização vai muito além do simples intercâmbio entre estudantes e professores. Ela envolve a criação de parcerias estratégicas que conectam nossa produção acadêmica e pesquisa às principais tendências globais, como as tecnologias emergentes, a saúde e o desenvolvimento sustentável.

Ao visitar universidades britânicas de renome, ficou claro que as instituições particulares brasileiras têm muito a oferecer e a ganhar com esses projetos de cooperação internacional. As conversas com lideranças da Brunel University, por exemplo, abriram possibilidades concretas de intercâmbio de conhecimento em áreas críticas, como a saúde, onde a demanda por profissionais qualificados é crescente em todo o mundo. O Brasil, com seu vasto potencial humano e acadêmico, pode contribuir significativamente para a formação de profissionais que respondam a essa demanda global.

Outro aspecto relevante desse processo de internacionalização é o impacto que ele tem na pesquisa e inovação. Na Universidade de Cambridge, a Associação Brasileira de Mantenedoras de Ensino Superior (ABMES) foi convidada a integrar um grupo focado na Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas de 2025, que será realizada no Brasil (COP30). Trata-se de uma amostra de como a colaboração internacional pode impulsionar o desenvolvimento de soluções para os grandes desafios contemporâneos, como as mudanças climáticas. Essa aliança nos posiciona como atores relevantes em discussões globais, oferecendo aos nossos estudantes e pesquisadores oportunidades únicas de fazer parte de iniciativas que influenciam o futuro do planeta.

Além das parcerias estratégicas, a internacionalização também promove a inserção dos nossos alunos em um contexto multicultural, preparando-os para enfrentar um mercado de trabalho cada vez mais globalizado e interconectado. As instituições particulares, com sua flexibilidade e capacidade de adaptação, desempenham um papel relevante nesse processo, pois conseguem responder rapidamente às demandas do mercado e da sociedade, ajustando suas ofertas acadêmicas e investindo em tecnologias que permitem a colaboração internacional em tempo real.

O Reino Unido, com suas universidades seculares e foco em excelência, deixou uma lição valiosa ao grupo: o futuro do ensino superior passa, necessariamente, pela construção de pontes com outras nações. O Brasil tem um longo caminho a percorrer nesse sentido, e as instituições particulares de ensino superior têm uma responsabilidade e uma oportunidade única de liderar o movimento de internacionalização, promovendo a troca de conhecimento e fomentando a inovação.

Estamos diante de um cenário onde as fronteiras acadêmicas se tornam cada vez mais tênues, e a educação brasileira, especialmente as faculdades, centros acadêmicos e universidades particulares, tem muito a ganhar ao se conectar com as melhores práticas globais. Cabe à ABMES, como entidade que representa o setor de maneira tão significativa, continuar atuando ativamente para que essas parcerias frutifiquem e tragam resultados concretos para o desenvolvimento do nosso país, fortalecendo a internacionalização do ensino superior brasileiro como uma alavanca para o progresso econômico e social.

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