Kamala Harris ou Donald Trump? A democrata ou o republicano será responsável por tornar os Estados Unidos o paraíso dos esportes na Copa de 2026 e nos Jogos Olímpicos de Los Angeles-2028. Sim, é a maior potência econômica do planeta. Partimos do princípio de que está tudo pronto para o Mundial da Fifa, de 11 de junho a 19 de julho de 2026, mas há questões humanas em jogo. Os dois candidatos à presidência têm sentimentos opostos sobre o soccer, o nosso futebol. Kamala curte e pode unir povos no megaevento. Trump odeia e arrisca separar.
A Copa disputada no mandato de um deles cresceu. Lançada em 1930 com 13 países, terá 48 em 2026. Eram 24 em 1994, quando Bill Clinton ocupava a Casa Branca e o vice, Al Gore, o representava nas arenas. Pela primeira vez, serão três sedes: Canadá, EUA e México, um vizinho indesejável para Trump.
Kamala Harris curte esportes americanos. Torce para o San Francisco Giants na Major League Baseball (MLB), San Francisco 49ers na National Football League (NFL) e Golden State Warriors na National Basketball Association (NBA).
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Nem por isso deixa de mimar o soccer. Em 2015, Kamala Harris mandou recado para a seleção dos EUA depois de Hope Solo, Megan Rapinoe, Alex Morgan e Carli Lloyd conquistarem a Copa do Mundo Feminina por 5 x 2 contra o Japão. "Parabéns ao futebol americano pelo desempenho incrível para vencer Copa do Mundo", escreveu a então procuradora-geral do estado da Califórnia.
Casado com Harris, o candidato a primeiro cavalheiro Doug Emhoff ama basquete, torce pelo Los Angeles Lakers, mas estimulou os filhos a jogarem soccer na infância. "Eu era um pai de futebol, um treinador dos meus filhos. Depois me tornei um árbitro usando aquela roupa amarela com o apito e aqueles shorts curtos e as meias grandes", contou em entrevista à ABC News no ano passado.
Em 2023, Doug Emhoff estreitou relações com o futebol e a Fifa. Liderou a delegação dos EUA na cerimônia de abertura da Copa Feminina na Austrália e na Nova Zelândia. Assistiu ao primeiro jogo das norte-americanas contra o Vietnã em outra demonstração da conexão da família com o futebol praticado com os pés.
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Trump causa arrepios na Fifa. Quando ele era o presidente dos EUA, a entidade sugeriu a suspensão do visto na Copa de 2026. Na contramão do combate ao racismo, à xenofobia, à intolerância religiosa e outros preconceitos, ele insiste em erguer muros nas fronteiras dos EUA com o vizinho México — um dos dois sócios dos EUA na realização da próxima Copa. Trump também defende barreiras para o acesso de imigrantes muçulmanos no país.
A relação com o esporte é de conveniência. Em 2018, Trump gabou-se da volta da Copa aos EUA: "Trabalhei duro nisso com uma equipe talentosa e será uma grande Copa". Incomodado com manifestações, avisou que não assistiria a MLS e a NFL caso jogadores se ajoelhassem em protestos contra o racismo no ato #vidas negras importam.
Apesar da bipolaridade, Trump praticou futebol no ensino médio em 1963, no New York Military Academy. Cogitou comprar o San Lorenzo da Argentina ou o Atlético Nacional da Colômbia. Se for eleito, ele tem tudo para ser a principal fonte de polêmicas na Copa de 2026.
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