Música

Irmão Sol, Irmã Lua

O memorável encontro artístico de Caetano Veloso e Maria e Maria Bethânia é algo imperdível. Não por acaso, os ingressos se esgotaram com alguma antecedência

Caetano Veloso e Maria Bethânia  -  (crédito: Reprodução Instagram/ @caetanoveloso)
Caetano Veloso e Maria Bethânia - (crédito: Reprodução Instagram/ @caetanoveloso)

Há uma grande e justificável expectativa relacionada ao show que Caetano Veloso e Maria Bethânia farão sábado, em Brasília, no Estádio Nacional Mané Garrincha. Após a estreia no Rio de Janeiro, em agosto, os irmãos santamarenses botaram o pé na estrada numa turnê nacional, que já passou por São Paulo, Belo Horizonte, Belém, Porto Alegre e Recife.

Anteriormente, eles estiveram juntos no palco apenas duas vezes: a primeira em julho de 1978, no Canecão, histórica casa de espetáculo carioca, na gravação de um LP para a Philips (atual Universal Music); e a segunda, em 29 de março de 1995, na Praça Castro Alves, em show comemorativo aos 450 anos de Salvador, com direito à interpretação de Hino do Senhor do Bonfim, padroeiro dos soteropolitanos.

No espetáculo de agora, o Irmão Sol e a Irmã Lua da música popular brasileira revisitam nada menos que 40 canções. Várias delas se tornaram emblemáticas no repertório de ambos, contribuindo decisivamente para alavancar as respectivas carreiras, mantendo-os no mais alto patamar do cancioneiro nacional.

O repertório de Caetano reúne clássicos de sua obra como Alegria alegria, Cajuína, Leãozinho, Milagres do povo, Tropicália, Você é linda, Oração ao tempo, além de Filhos de Gandhi (Gilberto Gil), Sozinho (Peninha) e Deus cuida de mim, que compôs em parceria com o pastor Kleber Lucas.

Bethânia vai soltar a voz em Brincar de viver (Guilherme Arantes), Negue (Adelino Moreira), Vida (Chico Buarque), Explode coração (Gonzaguinha) e As canções que você fez pra mim (Roberto e Erasmo Carlos), entre outras. 

Juntos, os dois dividem a interpretação de sambas-enredo da escola de samba queridinha dos dois: Sei lá Mangueira (Paulinho da Viola e Hermínio Bello de Carvalho), Atrás do trio elétrico só não vai quem já morreu (David Correia e Paulinho Carvalho), A menina dos olhos de Oyá (Alemão do Cavaco e Renan Brandão) e Exaltação à Mangueira (Eneas Brittes e Aloísio Augusto da Costa).

Por essa e outras, esse memorável encontro artístico de Caetano Veloso e Maria Bethânia é algo imperdível. Não por acaso, os ingressos se esgotaram com alguma antecedência, o que levou os cambistas a fazerem festa.

Devo deixar claro que o título deste artigo que evoca a importância de Caetano Veloso e Maria Bethânia para a cultura do país vem do nome dado ao filme homônimo, sobre São Francisco de Assis, quando jovem, dirigido pelo cineasta italiano Franco Zefirelli, lançado em 1972.

postado em 05/11/2024 06:00
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