O termo sustentabilidade começou a ocupar espaço nas discussões mundiais há algumas décadas. Diante da necessidade de debater sobre a forma de exploração e uso dos recursos naturais, a sociedade entendeu a importância de pensar alternativas para colocar o conceito em prática. Junto à consciência de preservação do meio ambiente, o crescimento econômico sustentável também passou a ser encarado como fundamental. Não por acaso, os investimentos classificados como ESG, que seguem indicadores ambientais, sociais e de governança, crescem cada vez mais e devem manter essa tendência.
Segundo levantamento da Bloomberg Intelligence, o total de ativos nesse tipo de gestão pode chegar a US$ 53 trilhões até 2025. Na última semana, entre os dias 25 e 27, representantes de 37 países participaram do Horasis Global Meeting, um dos principais fóruns internacionais de ESG, na Cidade da Inovação, em Vitória (ES). Foi a estreia do evento na América Latina — após ser realizado em Portugal, Inglaterra e Turquia —, com o objetivo de propor soluções e servir de ponte para projetos.
A união de governos, organizações e comunidade empresarial é um imperativo, especialmente com as mudanças climáticas se materializando de forma trágica. As responsabilidades ambientais e sociais dos setores produtivos precisam ser assumidas. Assim, a sustentabilidade empresarial deve ser cobrada por diferentes públicos: investidores, clientes, funcionários, órgãos reguladores etc.
Em muitos casos, é comum que grandes investidores excluam aplicar em ações que estejam fora de certos padrões mínimos de ESG. O bom gerenciamento ambiental e social é, atualmente, um ativo determinante para o crescimento do negócio. O sucesso, hoje em dia, está atrelado ao sustentável. As empresas estão percebendo que não se trata apenas de cumprir obrigações, mas de criar soluções para garantir a preservação dos recursos. O lucro e a vantagem a todo custo não são possíveis, e os consumidores não aceitam essa postura.
A demonstração de compromisso com estratégias ecologicamente corretas para atingir seus objetivos comerciais tem atraído a atenção das pessoas em relação às empresas. A construção desse vínculo de confiança e respeito cria uma fidelidade de consumo da marca, o que é positivo para a operação.
No Brasil, existe uma escalada na mudança de hábito da população em favor do meio ambiente. Consequentemente, os consumidores têm demonstrado novos comportamentos também em relação ao mercado. As medidas sustentáveis são um atrativo na hora da compra e os empresários precisam avançar nessa direção — do contrário, podem ter o relacionamento com os consumidores abalado.
O planeta precisa de um debate qualificado, que apresente saídas rápidas para as questões urgentes de desenvolvimento e preservação. Os ganhos não podem mais ficar restritos a uma parcela restrita da população mundial. Precisam ser bem distribuídos entre a sociedade. Já os lucros não podem ser mais importantes do que o respeito ambiental. É premente adotar condutas, inovar processos e investir em soluções para atingir a sustentabilidade empresarial. Os conflitos devem ser resolvidos, uma vez que o interesse é o mesmo: garantir vida digna para todos.