Francisco Lassalvia — Vice-presidente de negócios de Atacado do Banco do Brasil.
O crescimento econômico mundial, os episódios recorrentes de altas temperaturas e a eletrificação de setores e atividades são responsáveis por um aumento significativo na demanda mundial por energia elétrica. Segundo dados do relatório da Agência Internacional de Energia (IEA), há a previsão de um aumento de 4% na demanda global em 2024 e, novamente, em 2025, superando os 2,5% de crescimento observados em 2023.
É fundamental que fontes renováveis de energia também aumentem sua expansão rapidamente, para elevar sua contribuição na oferta energética global de 30% em 2023 para 35% em 2025, de acordo com Electricity 2024. A energia solar fotovoltaica está prevista para suprir quase metade do aumento na demanda global de eletricidade nos anos de 2024 e 2025. Junto com a energia eólica, espera-se que essas fontes contribuam com três quartos do crescimento total da demanda. Prevê-se que a parcela somada de energia solar e eólica no mercado amplie de 13% em 2023 para cerca de 18% em 2025.
A matriz energética brasileira é considerada uma das mais limpas do mundo devido à grande participação de fontes renováveis. Segundo a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), as três maiores fontes renováveis que compõem a matriz elétrica do país são a hídrica (55%), a eólica (14,8%) e a de biomassa (8,4%). Dados da Agência Internacional de Energia (AIE) e da Empresa de Pesquisa Energética (EPE) apresentados no Balanço Energético Nacional 2024 demonstram que 49,1% da matriz energética brasileira é, hoje, composta por energias renováveis. A média mundial fica em 14,7% e, entre os países da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), em 12,6%. De acordo com os dados, no ano passado 89% da eletricidade produzida no país veio de fontes renováveis.
Além do atributo ambiental, as fontes de energia renovável impulsionam a economia local por meio da geração de empregos e incentivo ao desenvolvimento regional. Por serem fontes mais abundantes e menos poluentes, essas energias são vistas como limpas, pois utilizam recursos que se renovam naturalmente, promovendo um desenvolvimento sustentável que protege nossa qualidade de vida.
Outra frente importante é fortalecer a segurança energética do país por meio da ampliação da capacidade de geração de eletricidade. Nesse sentido, a Aneel prevê uma entrada de 10,3GW de capacidade, sendo que 2,1GW vão atender ao mercado regulado e 8,2GW para o Mercado Livre de Energia e autoprodução. Vale lembrar que pequenas e médias empresas, como padarias, supermercados e farmácias, já podem acessar o Mercado Livre de Energia desde o início do ano, permitindo uma redução nas contas de energia na ordem de 35% — uma economia considerável.
Além disso, há a regulamentação do mercado brasileiro de hidrogênio, elemento considerado o combustível do futuro. Sua capacidade de gerar descarbonização apresenta enorme potencial sobretudo pela possibilidade de reduzir as emissões de carbono, principalmente na indústria pesada e em transportes. Com potencial para substituir os combustíveis fósseis, há empenho do mercado em investir US$ 30 bilhões nessa área.
Nós, no Banco do Brasil, incentivamos a transição da sociedade e dos clientes a uma economia de energia mais verde, financiando a aquisição de sistemas de energia renovável e eficiência energética, como painéis solares e equipamentos mais eficientes. Recentemente, financiamos a construção de um complexo de energia solar de R$ 34,4 milhões em Goiás, por meio do Fundo Constitucional de Financiamento do Centro-Oeste (FCO), beneficiando a economia local com energia mais acessível e sustentável. As sete usinas solares somam uma capacidade de produção de 9,8MWh e visam compensar a energia utilizada por empresas locais de pequeno e médio porte por meio de contratos de arrendamento. Para se ter uma ideia, essa capacidade é suficiente para fornecer eletricidade para aproximadamente 4.900 residências.
Queremos construir uma jornada sustentável com benefícios para todos por meio de uma estratégia que leva em consideração os impactos Ambientais, Sociais e de Governança nos negócios. Somos guiados por nossa Agenda 30 BB e por nossos Compromissos para um Mundo Sustentável, que estabelecem metas de apoio a energia renovável, agricultura sustentável, captações de recursos ASG e ampliação da diversidade em cargos de liderança.