Hoje, 155,9 milhões de eleitores estão aptos a comparecer às urnas e eleger seus prefeitos e vereadores. Cerca de 400 mil candidatos, sendo 13.997 a prefeito, e 379.320 a vereador disputam as eleições. Eventualmente, cidades com mais de 200 mil eleitores, entre as quais as capitais, realizarão um segundo turno, caso o candidato mais votado neste domingo não tenha alcançado 50% mais 1 dos votos.
Não é trivial realizar num só dia eleições em 5.569 municípios espalhados pelo país. São 500.183 seções eleitorais que precisam ser instaladas com segurança e mesários acima de qualquer suspeita, cada qual com sua eletrônica, que garante o sigilo do voto e apuração à prova de fraudes, com a divulgação dos resultados no mesmo dia. Se olharmos para a maioria dos nossos vizinhos e outros países, sobretudo para a Venezuela, essa é uma prova admirável de que a democracia brasileira é robusta.
A propósito, sua resiliência vem sendo posta à prova, seja pelo questionamento da urna eletrônica, seja pelas tentativas de tumultuar ou desrespeitar a vontade das urnas. Entretanto, a vontade popular vem sendo vitoriosa. Essa segurança no processo eleitoral é um fator de inclusão da sociedade no processo político, com destaque para as mulheres. Hoje, elas representam 52% do total de eleitores.
A região Sudeste é a que concentra o maior eleitorado do país: 66.906.335 (quase 43% do total). Em seguida, vêm a região Nordeste, com 43.302.692 (27,7%); a Sul, com 22.969.108 (14,7%); e a Norte, com 12.987.166 (8,3%). A região Centro-Oeste, com 9.747.379, representa pouco mais de 6% do total do eleitorado. São Paulo continua a ser o maior colégio eleitoral do Brasil, com 34.403.609 eleitores (22%).
O voto é obrigatório para 135,3 milhões de eleitores. A maior parte está na faixa etária de 45 a 59 anos, que somam 3,8 milhões de pessoas. Além das mulheres, como destacamos acima, nota-se o crescimento do eleitorado jovem, na faixa etária de 18 a 24 anos, que soma 18, 3 milhões de pessoas (quase 12%). Entretanto, o voto é facultativo para 20,5 milhões, no caso, pessoas analfabetas, jovens de 16 e 17 anos e maiores de 70 anos.
Esses números, de forma inequívoca, tornam muito forte a nossa democracia, bem como a existência de partidos enraizados na sociedade e um sistema eleitoral dos mais modernos do mundo. Mesmo que eventualmente, aqui ou ali, não haja tranquilidade no pleito. A violência política ainda é uma realidade em muitos lugares, existe manipulação e propagação de mentiras nas redes sociais e ainda há no país locais onde a liberdade dos eleitores está ameaçada pela existência de grupos armados e criminosos, que ameaçam candidatos concorrentes, eleitores e mesários, mas ninguém vai às urnas puxado pelo nariz.
A propósito, a ministra Cármen Lúcia, presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), manifestou sua preocupação com a "manipulação da informação" e uma espécie de "cabresto digital" nas redes sociais. Apesar de a tecnologia ter permitido o aperfeiçoamento e a segurança do processo eleitoral brasileiro, segundo a ministra, existe também o lado do mal: "O algoritmo tem interesses e não liga para a vida dos outros. A não ser para aquele que o domina. Temos de lembrar, somos seres humanos, não somos máquinas, mas com ela, introduziu-se a desinformação e o abuso de algoritmos", disse a ministra. Nada disso, porém, desfaz o fato de que as eleições no Brasil são a grande festa da democracia. Vote consciente.