LUTO

De Vladimir a Maguila: um cineasta visionário e o mito dos ringues

Tanto Vladimir quanto Maguila deixam um legado. A morte é sempre um convite à reflexão sobre finitude da vida e o legado que deixamos. Ambos, em suas respectivas áreas, marcaram gerações

Vladimir e Maguila nos deixaram nesta quinta-feira -  (crédito: Elô Bittencourt/Esp.CB e reprodução/Instagram)
Vladimir e Maguila nos deixaram nesta quinta-feira - (crédito: Elô Bittencourt/Esp.CB e reprodução/Instagram)

Sempre que uma pessoa brilhante na vida da sociedade ou por quem tenho forte estima se vai, duas frases célebres costumam vir à mente. Certa feita, o jornalista Márcio Moreira Alves (1936-2009) comentou sobre a morte de um amigo: "Minha geração começou a ser convocada". Já o escritor João Guimarães Rosa (1908-1967) deu um olhar poético: "As pessoas não morrem, ficam encantadas".

Ontem, pouco depois das 11h10, chegou à redação do Correio a informação da morte de um dos grandes nomes do cinema brasileiro: Vladimir Carvalho, o paraibano de 89 anos que escolheu Brasília para viver. A passagem de um grande nome sempre causa pesar e é uma notícia que nenhum jornalista gosta de dar, mas faz parte do ofício da profissão. Mas, quando se trata de um ícone de uma área, a repercussão é imediata.

Professor emérito universitário por mais de duas décadas, Vladimir Carvalho fez parte da formação de uma geração de jornalistas, publicitários, comunicólogos e cineastas. Das lembranças que tenho da época de UnB, era quando falava para nós, alunos, sobre a importância da sensibilidade no olhar. Uma virtude que precisa estar presente em todo profissional da área de comunicação, como costumava enfatizar.

Vladimir Carvalho também se firmou como um nome fundamental da cultura brasiliense. O filme Rock Brasília — Era de Ouro, disponível no YouTube, aborda com maestria as origens das grandes bandas que dominaram a cena musical brasileira a partir da década de 1980. Um clássico que relembra muitos momentos marcantes da infância e adolescência de muitos brasilienses. Recomendo tirar duas horas e assistir com atenção.

À tarde, pouco depois das 15h, mais um ícone de uma geração nos deixou. Adilson Rodrigues, o Maguila, morreu aos 66 anos de uma doença degenerativa. Nos ringues, marcou época. Lutou em 86 oportunidades. Venceu 81, sendo 68 por nocaute. As narrações épicas de Luciano do Valle ficaram marcadas na história. Vale muito revê-las.

Tanto Vladimir quanto Maguila têm um legado. A morte é sempre um convite à reflexão sobre finitude da vida e o que deixamos para a família, os amigos e, em muitos casos, para a sociedade. Ambos, em suas respectivas áreas, marcaram gerações.

 


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postado em 25/10/2024 06:00
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