Crianças

Proteção à infância

Manter crianças a salvo de todos os tipos de violência é um dever da família, da sociedade e do Estado, determinado pela Constituição, em seu artigo 227

Crianças sorrindo -  (crédito: Reprodução/Freepik)
Crianças sorrindo - (crédito: Reprodução/Freepik)

Nos primeiros seis anos de vida, as crianças desenvolvem suas estruturas física e psíquica, além das habilidades sociais. É um período de fundamental importância no crescimento, porque as experiências que têm nesse período influenciam toda a vida delas. Assim explica a Rede Nacional Primeira Infância (RNPI), uma articulação de organizações da sociedade civil, do governo e do setor privado, que atua pelos direitos de meninos e meninas.

Tendo essa informação em mente, pergunto: como serão, na idade adulta, crianças rotineiramente espancadas, humilhadas, negligenciadas? Como serão as que sofrem abuso sexual? Imagine o impacto de toda essa violência na formação delas.

Meninos e meninas alvo de insultos podem crescer se achando "idiotas", "burros", "inúteis", porque ouviram isso das pessoas que são suas principais referências. Serão adultos inseguros, com baixa autoestima. Crianças vítimas de espancamento podem sofrer com depressão e ansiedade, ter problemas de relacionamento no futuro. O risco é maior de se tornarem adultos agressivos, porque aprenderam que os conflitos se resolvem na base da violência.

Os abusos sexuais também têm consequências profundas na saúde física e mental por toda a vida: transtorno de estresse pós-traumático; depressão; ansiedade; maior tendência ao uso ou abuso de álcool, drogas e outras substâncias para "anestesiar a dor"; risco de suicídio.

Manter crianças a salvo de todos os tipos de violência é um dever da família, da sociedade e do Estado, determinado pela Constituição, em seu artigo 227. Elas têm o direito de crescer livres de toda forma de crueldade e opressão.

Este período de 12 a 18 de outubro, especificamente, marca a Semana Nacional de Prevenção da Violência na Primeira Infância. A data foi criada para conscientizar todos os elos da rede de proteção sobre a absoluta prioridade que se deve dar à segurança das crianças, as causas dos maus-tratos e a busca por soluções para combatê-las.

Há uma série de ações pelo país, promovidas por entidades e por governos. As medidas, porém, têm de ser efetivas e permanentes. É urgente acabar com a invisibilidade das agressões e implementar políticas públicas para eliminá-las. O enfrentamento também passa pela conscientização da sociedade sobre a importância de denunciar as violações. Os canais são Disque 100 (do Ministério dos Direitos Humanos), o número 190 (emergência policial) ou o 197 (Disque Denúncia), delegacias, conselhos tutelares, aplicativo Proteja Brasil ou pelo sitesafernet.org.br. Vulneráveis sendo machucados é um problema público, não privado. Diz respeito a todos nós.

Gostou da matéria? Escolha como acompanhar as principais notícias do Correio:
Ícone do whatsapp
Ícone do telegram

Dê a sua opinião! O Correio tem um espaço na edição impressa para publicar a opinião dos leitores pelo e-mail sredat.df@dabr.com.br

postado em 17/10/2024 06:00
x