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Desafios e oportunidades para uma economia de baixo carbono

Um grande desafio é a demanda por serviços energéticos. Com economia emergente e população crescente, o consumo aumenta, pressionado por novas fontes limpas e economicamente viávei

PRI-0110-OPINI -  (crédito: Maurenilson Freire)
PRI-0110-OPINI - (crédito: Maurenilson Freire)

» Floriano Pesaro, Diretor de Gestão Corporativa da Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (ApexBrasil)

O Brasil ocupa posição privilegiada para liderar a transição energética global para a economia de baixo carbono. Com matriz energética renovável, e metade da energia primária de fontes como hidrelétricas, biomassa, energia eólica e solar, o país se destaca, mesmo diante de potências globais. Sob o comando do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, reafirmamos nosso compromisso com a sustentabilidade. Agora, é transformar esse potencial em ações concretas.

O país enfrenta obstáculos nos setores de transporte, indústria e uso do solo, pontos críticos para atingir metas de neutralidade de carbono até 2050. As emissões de carbono per capita são consideráveis — 18% do total, com a agropecuária representando a maior parcela. Como o setor responde por 73% das emissões totais, precisamos ir além da substituição de fontes fósseis por renováveis. Os setores agrícola, florestal e de uso do solo são parceiros essenciais.

Um grande desafio é a demanda por serviços energéticos. Com economia emergente e população crescente, o consumo aumenta, pressionado por novas fontes limpas e economicamente viáveis. Mas a implementação de tecnologias para reduzir as emissões está em estágio inicial. Armazenamento de energia, hidrogênio verde e captura e armazenamento de carbono precisam vir em maior escala e em maior velocidade. Outro obstáculo é o alto custo de soluções tecnológicas de baixo carbono. Isso inclui desde a expansão da rede elétrica, para integrar novas fontes de energia até a modernização de indústrias para se adequarem aos padrões da Indústria 4.0.

O vice-presidente e ministro Geraldo Alckmin conduz nossa reindustrialização para inovação tecnológica e sustentabilidade. O Programa Nova Indústria Brasil (NIB) tem como eixo central a sustentabilidade. O que significa uso de energias renováveis e eficiência energética, combinados com demandas da economia de baixo carbono.

Setores como transporte e industrial estão entre os maiores emissores de gases de efeito estufa por aqui e sua transição para a economia de baixo carbono é essencial. A eletrificação de veículos promete, mas é imediato investir em transporte público de baixa emissão, melhorar a eficiência energética. Com a adoção de biocombustíveis avançados, como etanol de segunda geração e biodiesel.

O segmento de agropecuária, florestas e outros usos do solo é igualmente central para a estratégia de redução de carbono. A recuperação de áreas degradadas, o reflorestamento e o manejo florestal sustentável contribuem para a remoção de carbono da atmosfera. O uso de florestas plantadas para a produção de biocombustíveis celulósicos e a adoção de biocombustíveis sintéticos, que permitem a conversão de biomassa em combustíveis líquidos, garantirão uma transição energética segura.

O Brasil também tem um papel emergente na economia global de hidrogênio verde, uma das principais alternativas para a descarbonização de setores difíceis de eletrificar, como o transporte marítimo e aéreo. Com a vasta disponibilidade de energia solar e eólica, especialmente no Nordeste, temos a capacidade de produzir hidrogênio verde a um dos custos mais baixos do mundo, com o país como liderança no setor de energias renováveis.

Sobre biocombustíveis avançados, o Brasil é uma referência global na produção de etanol e biodiesel. A próxima fronteira envolve tecnologias como bioenergia com captura e armazenamento de carbono, que permite capturar CO2, tornando os biocombustíveis estratégicos para a transição energética.

A Apex Brasil, liderada pelo presidente Jorge Viana, tem cumprido papel central na atração de investimentos estrangeiros para o setor, em áreas como energia solar e eólica. Em 2023, apoiamos projetos que geraram mais de US$ 7 bilhões em investimentos, e 5 mil novos empregos. O país foi o quinto destino global de Investimento Estrangeiro Direto (IED), atrás apenas de potências como Estados Unidos e China. O apoio de Jorge Viana e a articulação de parcerias público-privadas têm sido fundamentais para garantir novos investimentos.

Será necessário enfrentar desafios tecnológicos, financeiros e logísticos. A atração de investimentos estrangeiros e a implementação de políticas públicas eficazes são fundamentais para transformar esse potencial em realidade.

Sob o comando do presidente Lula e com o vice Alckmin reforçando a importância de uma indústria 4.0, mais limpa e sustentável, o Brasil tem a oportunidade de garantir sua própria segurança energética e tornar-se um dos principais fornecedores globais de energias renováveis. Tornando-se protagonista na nova economia verde. 

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postado em 01/10/2024 06:00
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