O cooperativismo no Brasil é mais do que um modelo de negócios em crescimento, é uma força transformadora que molda a economia e a sociedade de maneira profunda e positiva. Os dados do Anuário do Cooperativismo Brasileiro 2024, divulgados recentemente pelo Sistema OCB, são significativos e detalham uma verdadeira locomotiva de desenvolvimento socioeconômico. Com 23,45 milhões de cooperados, representando 11,55% da população brasileira, esse movimento não para de crescer e de gerar impactos positivos em diversos setores.
O aumento de 14,5% no número de cooperados registrado em apenas um ano é um indicativo claro de que os brasileiros estão reconhecendo cada vez mais os benefícios desse modelo de negócios diferenciado. Mais do que nunca, o cooperativismo oferece uma alternativa sólida e confiável, que promove não apenas a geração de empregos, mas também a inclusão socioeconômica e a distribuição de renda. O nosso modelo de negócios gera prosperidade e garante dignidade para todos à sua volta, uma preocupação que só ganhou espaço mais recentemente com os debates sobre direitos humanos e a agenda ESG, mas que o cooperativismo sempre teve em seus princípios.
O impacto financeiro também é notável. Com uma movimentação de R$ 692 bilhões e ativos totais de R$ 1,16 trilhão em 2023, as cooperativas demonstram uma capacidade extraordinária de gerar resultados. Mais do que números, esses valores representam um modelo de negócios que reinveste na comunidade, valoriza o trabalho cooperado e promove um ciclo virtuoso de desenvolvimento. As sobras do exercício, que atingiram R$ 38,9 bilhões, são um exemplo claro de como os ganhos são redistribuídos de maneira justa entre os cooperados, fortalecendo ainda mais o senso de pertencimento e apoio mútuo.
Outro ponto de destaque é a presença significativa das mulheres. Com 41% de participação feminina entre os cooperados e 52% entre os empregados, o movimento cooperativista acredita, se preocupa e atua pela igualdade de gênero no mercado de trabalho. Em um país em que a disparidade salarial e a sub-representação feminina ainda são desafios, nos posicionamos como um modelo inclusivo e de livre adesão.
No cenário internacional, as cooperativas brasileiras também têm mostrado sua força. Com US$ 8,3 bilhões em negócios realizados em 2023 e uma participação significativa nas exportações do agronegócio, estão conquistando espaço e reconhecimento no mercado global. Elas se consolidam como importantes articuladores de novos mercados para atender produtores que individualmente não conseguiriam acessar. Essa presença internacional fortalece a economia brasileira e promove os valores de solidariedade e sustentabilidade em uma escala global.
Os benefícios do cooperativismo para a sociedade vão muito além dos números. Trata-se de um movimento que promove a participação ativa dos cidadãos na economia, fortalece as comunidades locais e fomenta uma cultura de cooperação. Em um mundo cada vez mais conectado e competitivo, o cooperativismo se destaca como um modelo de negócios baseado na colaboração e no benefício coletivo, demandas que também têm sido impostas pela sociedade na busca por um mundo mais sustentável e equilibrado.
É essencial, portanto, que o Brasil continue a apoiar e promover o crescimento do cooperativismo. Ele é, com certeza, um movimento pujante que precisa ser enaltecido, reconhecido e cada vez mais percebido pela sociedade. Seus indicadores são uma prova irrefutável de que o modelo tem um papel crucial a desempenhar no desenvolvimento social e econômico das nossas comunidades. Um caminho que mostra que é possível unir desenvolvimento econômico e social, produtividade e responsabilidade socioambiental. Por isso, investir no cooperativismo é investir em um futuro mais justo, próspero e solidário para todos.