Um ranking que reúne os 600 discos mais importantes da música latina-americana, de diferentes países, épocas e estilos, lançados entre 1920 e 2023, acaba de ser divulgado pelo jornal uruguaio El País. A avaliação feita por cinco comunicadores e jornalistas teve como propósito mostrar o panorama da riqueza sonora da região.
O trabalho desenvolvido por Luiz Mercado (Peru), Jorge Cárcamo (Chile), Felipe Figueiroa (El Salvador), José Juan Zapata e Eduardo Rodrigues (México) gerou questionamentos e críticas, mas, também, elogios, por envolver um tema de grande popularidade.
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Desconheço vários dos trabalhos incluídos nessa classificação. Não ouvi, por exemplo, Siembra, de Willie Colón & Rubén Blades, o primeiro colocado, mas tendo a considerar Construção, de Chico Buarque de Hollanda, que ocupa o quinto lugar, superior.
Obviamente, tenho as minhas preferências entre os que constam da lista. Estranho que Chega de saudade, de João Gilberto, o icônico LP da Bossa Nova; Tropicália — Panis et Circensis, liderado por Caetano Veloso e Gilberto Gil; Clube da Esquina, com a assinatura de Milton Nascimento e Lô Borges; e Acabou Chorare, dos Novos Baianos, não estejam entre os primeiros colocados, assim como o Buena Vista Social Club, de músicos cubanos.
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Acredito que aos responsáveis pela seleção passaram despercebidos álbuns importantíssimos, como os de Dorival Caymmi, Roberto Carlos, Dolores Duran, Elizeth Cardoso, Elis Regina, Gal Costa, Elza Soares, Maria Bethânia, Rita Lee e Marisa Monte. Nenhum deles ocupa as primeiras colocações.
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Pelo que pude observar, são muitos os discos com boa música que mereceram a apreciação. O que se vê atualmente, porém, é as pessoas, ao se deixarem levar pela preguiça, optarem pelos singles — nome dado ao que antigamente era chamado de compacto — disponibilizados nas plataformas digitais.
Como tenho uma considerável coleção de CDs gravados por cantores, cantoras, grupos e bandas, de gênero musicais variados, vou na contramão dessa tendência. Não abro mão de curtir os álbuns que mais aprecio.