Música

Artigo: Gênios da MPB

Chico Buarque de Holanda e Tom Jobim serão reverenciados em espetáculos no Rio de Janeiro

Reverenciar artistas cuja obra contribui para tornar a Música Popular Brasileira uma das manifestações culturais mais relevantes do país é ato de justiça, merecedor de elogios. Dois deles, responsáveis por essa  inestimável ajuda, serão celebrados com espetáculos no Rio de Janeiro.

Chico Buarque inspira a peça que estreia, quinta-feira próxima, no Teatro  Riachuelo, na mítica Cinelândia, que nasceu do desafio de contar um enredo original, concebido sob a inspiração do inesgotável universo buarqueano. Nossa História com Chico Buarque é uma criação de Rafael Gomes e Vinicius Calderon e produzido por Andréa Alves e a Sarau Cultura Brasileira. A parceria dos idealizadores teve início em 2016, com a montagem de Gota D'água (A Seco), uma releitura do clássico homônimo. Individualmente, houve a incursão deles pelo legado do homenageado. Rafael assinou a montagem de Cambaio, e Andréa produziu A Ópera do Malandro e Os Saltimbancos.

O texto inédito de Gomes e Calderoni narra a saga de alguns personagens de duas famílias cariocas ao longo de três gerações. A ação se passa em três momentos — 1968, 1989 e 2022 — fundamentais para focalizar episódios recentes da história política e social brasileira: a ditadura militar, a redemocratização, e  a nova  ruptura democrática, depois da pandemia.

Com direção musical e arranjos de Alfredo Del Penho, o espetáculo tem no elenco Laila Garin, Flávio Bauraqui, Heloisa Jorge, Artur Volpi, Felipe Frasão, Larissa Nunes, Luísa Viana, Odilon Esteves e participação especial de Guida Moreno Soraya Ravenle. André Cortez assina a cenografia.

No roteiro, foram reunidos clássicos incontestáveis e relevantes da obra monumental de Chico como A Banda, A história de Lily Braun, Construção, O que será? Olhos nos olhos, Roda Viva, Tatuagem e criações mais recentes. 

Em 17 de outubro, entra em cartaz no Teatro Casa Grande, anexo ao Shopping Leblon (Zona Sul carioca), Tom Jobim Musical, que abordará a trajetória desse gênio da MPB, com as assinaturas de Nelson Motta e Pedro Brício.  A  celebração retrata a vida e o legado daquele que é considerado o maior artista popular do Brasil, numa viagem que tem início na icônica praia de Ipanema, nos anos 1950, e vai até as conquistas  internacionais em Nova York, onde ele difundiu a Bossa Nova para o mundo. A montagem enaltece a importância da nossa música, que desperta o orgulho de ser brasileiro. A superprodução contará com 27 atores e 15 músicos, dirigidos por João Fonseca e Thiago Gimenes. Luiz Oscar Niemeyer, Júlio Figueiredo e Bárbara  Guerra são os produtores.

Foi a Bossa Nova de Tom Jobim, Vinicius de Moraes e João Gilberto que levou a música e a cultura brasileira para todos os cantos do mundo. O musical promete levar os espectadores a uma jornada cativante por meio de melodias atemporais e das letras poéticas de Chega de saudade, Desafinado, Garota de Ipanema, Wave e outros clássicos, que definiram uma era. Cada nota ressoa com paixão e a genialidade do maestro soberano.

Os personagens deste artigo são parceiros em sofisticadas composições, responsáveis por tornar mais potente o cancioneiro brasileiro. A primeira delas foi Retrato em branco preto (faixa do álbum Paratodos) e a última Piano na Mangueira, feita quando Chico se tornou tema do enredo da tradicional escola de samba. E não há como esquecer Sabiá, com a qual Tom e Chico venceram a edição de 1968 do Festival Internacional da Canção.

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