Eleição na UnB

Imagine uma universidade vibrante, diversa e acolhedora

A Chapa 93 – Imagine UnB se apresenta como oposição e propõe como pilares de gestão a escuta sensível em todos os campi, a atenção e o cuidado com as pessoas e a ampla participação democrática da comunidade

ROZANA REIGOTA NAVES — Ex-diretora do Instituto de Letras e ex-decana de Administração da Universidade de Brasília (UnB)

MÁRCIO MUNIZ — Ex-diretor da Faculdade de Tecnologia da Universidade de Brasília (UnB)

As universidades públicas se constituíram como um dos pilares da democracia brasileira. São um anteparo fundamental a medidas autoritárias e ao conservadorismo político e social que ameaçam direitos, aprofundam as desigualdades, a exclusão e a marginalização, e impedem as transformações da sociedade. Se, de um lado, as universidades são responsáveis pela formação de profissionais qualificados e cidadãos críticos, de outro, são também produtoras de conhecimentos, tecnologias e inovações que devem fazer frente aos desafios contemporâneos.

Vivemos momentos de grandes desafios: as mudanças climáticas, expressão da crise ambiental global; o desenvolvimento e a aplicação ética e sustentável da inteligência artificial; as desigualdades sociais; as crises sanitárias; o desafio da manutenção e do fortalecimento da democracia. Também vivemos momentos de grandes potencialidades: a solidariedade como alicerce no enfrentamento da pandemia e de eventos climáticos extremos; as ações coletivas para a promoção de relacionamentos mais harmônicos entre sociedade e natureza; a organização social que rechaça e resiste às medidas autoritárias e à destituição de direitos.

No processo de consulta para a nova Reitoria da Universidade de Brasília (UnB), o desafio é o de promover a renovação: a alternância de poder, princípio fundamental dos ambientes democráticos. Não queremos permanecer com uma universidade partida, que privilegia setores ou grupos, uma universidade em que as pessoas que atuam na base não têm sua contribuição considerada na formulação das políticas internas. Somos contrários a uma gestão centralizadora e burocratizada. A complexidade do mundo acadêmico exige dos futuros gestores experiência pedagógica, científica e administrativa, bem como o compromisso com uma gestão transparente e participativa, na construção desse novo momento histórico da nossa instituição.

Defendemos uma universidade efetivamente democrática, com diálogo permanente, transparência dos processos e ampla participação da comunidade universitária na construção dos projetos institucionais. Uma universidade inovadora, orientada para a justiça socioambiental, na perspectiva da construção de um futuro mais digno, inclusivo e sustentável. Uma universidade cujos ambientes acadêmicos e administrativos sejam humanizados, saudáveis e livres de assédio, em que a equidade prevaleça, a diversidade e as epistemologias plurais sejam respeitadas e as competências técnica e acadêmica sejam valorizadas. Uma universidade vibrante, relevante e necessária para o seu território, para o país e o mundo.

Nossa proposta de programa para a gestão da UnB é fruto de uma longa jornada de trabalho, diálogo e participação ativa da comunidade vinculadas aos quatro campi — Darcy Ribeiro/Plano Piloto, FUP/Planaltina, FCE/Ceilândia e FGA/Gama — que vive a UnB e deseja mudança! Nosso postulado de gestão é alçar a diversidade, a equidade e a inclusão como eixos estruturantes e imprescindíveis de uma universidade pública, gratuita, autônoma e de qualidade. As ações propostas se estruturam em seis eixos: 1. Promoção da democracia e da participação; 2. Compromisso ético com a valorização das pessoas; 3. Excelência acadêmica como resultado da qualidade da produção de ciência e tecnologia face os desafios contemporâneos; 4. Excelência na gestão e qualidade nas estruturas de suporte às atividades- fim; 5. Equidade como postulado básico de uma universidade inclusiva, pluriversal e intercultural; 6. Compromisso com a justiça socioambiental.

Em um mundo cada vez mais individualista e de esfacelamento das relações, propomos a retomada da coletividade e da cooperação; em lugar da indiferença, propomos a empatia, que possibilita a evolução e a construção conjunta; contra negacionismos de toda sorte, propomos a defesa radical do conhecimento e o engajamento científico e político na realidade, pois, só assim, potencializaremos nossas competências e superaremos os desafios; contra o pessimismo e o conformismo, queremos ser coragem, esperança e proatividade para mobilizar a criatividade e a ousadia que emanam da pluralidade epistêmica, étnica e cultural que constituem nossa comunidade universitária.

Elegemos o lema Imagine UnB - participar e transformar como cerne de um projeto de universidade que quer abraçar a pluralidade e as potencialidades de uma nova UnB, dialogando, sobretudo, com as mais de 60 mil pessoas que, como nós, pisam diariamente o chão dessa universidade. Convidamos os(as) leitores(as) a imaginar e viver essa nova UnB! 

 


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