Vivemos em uma cidade que é, sem dúvida, um modelo no Brasil. Em julho, Brasília foi classificada como a capital com a melhor qualidade de vida pelo Índice de Progresso Social (IPS) Brasil 2024, que avalia não apenas o desenvolvimento econômico, mas também o bem-estar de seus habitantes. Altos salários, grandes oportunidades, o acesso à educação e à saúde, a sensação de segurança, a cidade sem mar com clima litorâneo e o contato com a natureza são alguns dos principais pontos de destaque.
A cidade mais modernista do Brasil, fruto de um planejamento urbanístico único idealizado por Lucio Costa e Oscar Niemeyer, é um exemplo de como o planejamento pode influenciar na qualidade de vida. Brasília conta com amplas avenidas entre áreas verdes generosas, e uma organização setorial que facilita o acesso a serviços e comércio. A taxa de criminalidade, embora ainda seja uma preocupação, é menor do que em grandes centros como Rio de Janeiro ou São Paulo. O trânsito, apesar de intenso nos horários de pico, é fluido se comparado a outras metrópoles.
Os índices de educação e saúde em Brasília são superiores à média nacional. A capital abriga algumas das melhores escolas e universidades do país, além de contar com hospitais e centros de saúde bem equipados. Recentes levantamentos também apontam que temos um dos maiores Índices de Desenvolvimento Humano (IDH) do Brasil. Isso é reflexo também da oferta cultural e de lazer. Além dos eventos, exposições, shows e manifestações culturais que refletem a diversidade do país, o lago Paranoá e os parques e áreas verdes, como o Parque da Cidade Sarah Kubitschek, são refúgios para quem busca um estilo de vida saudável em meio à agitação de uma metrópole em desenvolvimento. A posição estratégica de Brasília no centro do país também facilita a conectividade com todas as regiões. Além disso, o crescimento econômico sustentável, impulsionado pelo setor público e pela presença de grandes empresas, contribui para a geração de empregos e para a estabilidade econômica da cidade.
Há, porém, pontos negativos que, na pesquisa de IPS que alavanca o Distrito Federal ao topo das unidades federativas, destoam dos demais indicadores. No aspecto de inclusão social, por exemplo, ocupamos o 26º lugar entre as 27 unidades federativas. Trata-se de um componente que avalia se todos os indivíduos têm acesso equitativo a oportunidades e recursos, independentemente de raça, gênero, orientação sexual, condição socioeconômica ou deficiência. Infelizmente, é um critério analítico que escancara o maior gargalo da capital do país: a desigualdade social. A qualidade de vida existe, é premiada, mas ainda não é para todos.
Em algumas regiões administrativas periféricas, a falta de serviços públicos adequados, como saneamento básico e saúde, o menor acesso à educação superior e a insegurança são desafios que precisam ser observados com maior atenção pelos governantes para que Brasília se mantenha sempre nessa localização privilegiada de a melhor do Brasil.
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