Opinião

Visão do Correio: Jogos Olímpicos em números

Dadas as devidas proporções de investimento, custo, profissionalismo, treinamento e experiência, digamos que o Brasil resiste, bravamente

Hoje, às 14h30 (horário de Brasília), será a cerimônia de abertura dos Jogos Olímpicos de Paris 2024, embora desde quarta-feira atletas do futebol, rúgbi, handebol e tiro com arco já tenham iniciado suas respectivas competições. Neste ano, os franceses resolveram inovar: ao contrário da tradicional apresentação das delegações, geralmente em campos de futebol, desta vez a festa será transferida para a água. Os atletas desfilarão em barcos pelo Rio Sena para receber o grande público.

Os números do evento continuam enormes. A tocha olímpica será carregada, até o fim da jornada, por 10 mil esportistas. Serão 32 esportes, disputados por 14 mil atletas. Entre as novidades desses jogos, estão a canoagem slalom extremo e o breaking — este último aguardado por muitos, talvez pela mistura de arte com esporte. Na competição, serão 32 dançarinos se apresentando, entre homens e mulheres.

Aliás, esta talvez seja a edição com mais equidade de gênero entre todas elas. Das 32 modalidades esportivas, 28 incluirão homens e mulheres. O caminho ainda está sendo traçado, é verdade, mas 152 competições terão a participação delas, 157, deles e 20 contarão com ambos os sexos nas provas.

A Vila Olímpica é uma história à parte. São 82 prédios, 3 mil apartamentos e 7,2 mil quartos para abrigar os heróis do esporte, que terão que conviver com os 40ºC registrados no verão europeu sem ar-condicionado. A França pretende dar show em termos de sustentabilidade, priorizando as fachadas dos prédios para que não recebam muito sol, além de um sistema de águas subterrâneas naturalmente frias para ajudar na redução do calor.

Além das altas temperaturas, os 274 brasileiros que participarão dos Jogos de Paris 2024 terão que enfrentar adversários duríssimos e, segundo os analistas esportivos, há poucas chances de medalhas de ouro: apenas cinco, quem sabe até sete, igualando o feito dos jogos do Rio de Janeiro, em 2016, e de Tóquio, em 2020. Alguns até jogam para mais, apostando em nove ouros. Já no número total de medalhas, os especialistas são mais generosos: 21 ou 22. Mas, infelizmente, não teremos representante brasileiro para disputar o breaking — nenhum atleta conseguiu vaga nas disputas pré-olímpicas.

A bem da verdade, dadas as devidas proporções de investimento, custo, profissionalismo, treinamento e experiência, digamos que o Brasil resiste, bravamente. Falta muito ainda para que o esporte, assim como a saúde e a educação, seja tratado de forma digna no país, com leis de incentivo às modalidades esportivas, com projetos que privilegiem bolsas de estudo e moradia para futuros atletas.

A boa notícia destes Jogos Olímpicos é que o Comitê Olímpico Brasileiro (COB) aumentou em 40%, em relação aos Jogos de Tóquio, há quatro anos, os valores das premiações para atletas vencedores. Medalhistas de ouro (R$ 350 mil), de prata (R$ 210 mil) e de bronze (R$ 140 mil), além de modalidades em grupo com dois a seis atletas (R$ 700 mil) e acima de seis (R$ 1 milhão) receberão prêmio maior. O que resta é torcer. Que brilhem nossos brasileiros! 

 

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