Às vésperas das Olimpíadas de Paris, a emoção toma conta… Ela há de ser mais forte do que o turbilhão de coisas ruins desse planeta inseguro, no qual a paz começa a ser vista como sonho a ser perseguido. Os atletas chegando e a movimentação nos arredores da Cidade Luz nos enchem de esperança. A cada perfil da Editoria de Esportes sobre os atletas e técnicos brasilienses que vão representar o DF em Paris, o ânimo aumenta. Os atletas daqui e de outros estados nos honrarão. As imagens edificantes inundarão nossos corações de emoção.
Além da série de perfis dos protagonistas brasileiros que publicamos, os profissionais do Correio Victor Parrini, Danilo Queiroz e Abelardo Mendes Júnior viajaram, hoje, para a cobertura das Olimpíadas. Farão reportagens sobre a grande festa do esporte com o nosso olhar.
Minha memória do esporte está definitivamente atrelada às imagens que vi de Jogos Olímpicos, de Copas do Mundo, de competições esportivas em geral. Comecei a gostar de esporte aos 9 anos, ao assistir a momentos eternizados pela televisão ou nas arquibancadas do estádio onde me afeiçoei para sempre ao meu Santa Cruz. Assistia aos jogos no Colosso do Arruda, o maior estádio particular da América Latina, segundo o Guinness Book pernambucano, em que não cabem palavras ou estatísticas em contrário.
Ganhei ali emoções para uma vida inteira, e continuo a ganhar cada vez que prego os olhos num atleta diante de seu desafio. Jamais esquecerei — e acho que todos os meus contemporâneos neste mundo também se recordam — da imagem da suíça Gabriele Andersen chegando para completar a maratona nas Olimpíadas de Los Angeles, a primeira vez que a prova feminina foi incluída nos Jogos, em 1984. Diante dos nossos olhos, ela caminhava com dificuldade, se contorcendo, cheia de dores e cãibras, para cruzar a linha de chegada num estado de completa exaustão.
Creio que, hoje, poucos se lembram de quem ganhou a medalha, mas jamais seremos capazes de apagar o épico esforço daquela atleta. Um exemplo de determinação para a eternidade. Certamente, teremos a chance de ver de perto outras imagens de tirar o fôlego. E isso precisa ser valorizado. Esses homens e essas mulheres, gigantes só por ter conseguido estar em Paris, precisam ser acompanhados com carinho e alegria. Precisam ser vistos como heróis cotidianos, como exemplos para as crianças. O esporte salva, é vibrante. Que todos nós nos inspiremos no espírito olímpico ao menos nestas três semanas. Deixemos os medos e a covardia de lado. Sejamos épicos.
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