Saúde

Guerra contra fake news

Vacinas são seguras, atestadas por autoridades de saúde do mundo inteiro. Mas se estiver com receio sobre algum imunizante, procure uma fonte confiável para dirimi-lo

A vacina contra o HPV para crianças e adolescentes -  (crédito: Marcelo Camargo/Agência Brasil)
A vacina contra o HPV para crianças e adolescentes - (crédito: Marcelo Camargo/Agência Brasil)

Na batalha que o Ministério da Saúde trava para que o país alcance uma cobertura vacinal segura, um dos grandes obstáculos — se não o principal — são as notícias falsas. Como é complicado e trabalhoso lutar contra essas ações criminosas, amplamente disseminadas nas redes sociais. As reiteradas mentiras sobre a segurança e a eficácia dos imunizantes minaram a confiança de parte da população, que, antes, não titubeava em se vacinar nem em levar crianças e adolescentes para tomar as doses.  

Entre os motivos para a desconfiança, além das fake news, estão os ataques à ciência e a postura criminosa de autoridades públicas que, no governo anterior, ora partiam para a ofensiva contra os imunizantes, ora emitiam sinais dúbios a respeito deles. Por consequência, faltaram campanhas massivas em prol da vacinação.

Nesta semana, a ministra da Saúde, Nísia Trindade, ressaltou que as estratégias do país para combater as fake news, sobretudo a respeito da imunização, têm se mostrado insuficientes. "Estamos muito aquém do que se faz nas redes pautadas pela direita. É uma guerra, sim, e não sei nem se guerra é a melhor forma de combater isso, mas o que vejo é que estamos muito aquém, pela rapidez com que se dissemina", enfatizou, em evento da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC).

Segundo a ministra, um dos imunizantes mais atacados pelos negacionistas foi o contra o HPV. "Uma vacina fundamental para a prevenção de câncer de colo de útero e de outros tipos de câncer", frisou. Apesar disso, graças à vacinação nas escolas — uma das medidas tomadas pelo governo —, 80% de meninos e meninas foram imunizados com a primeira dose.

Lembro aqui o estudo divulgado recentemente pela Organização Mundial da Saúde (OMS) segundo o qual vacinas para 14 doenças, entre as quais sarampo, coqueluche, tétano, poliomielite e tuberculose, salvaram cerca de 154 milhões de pessoas nos últimos 50 anos. Repito: graças às vacinas, num empenho global de imunização. O levantamento mostra que a grande maioria das vidas protegidas foi de crianças: 101 milhões. E esse recorte é relativo apenas a 14 imunizantes. Portanto, o número de vidas preservadas certamente foi maior.

Vacinas são seguras, atestadas por autoridades de saúde do mundo inteiro. Mas se estiver com receio sobre algum imunizante, procure uma fonte confiável para dirimi-lo, como o próprio Ministério da Saúde.  A pasta conta com o Programa Saúde com Ciência. Nele, é possível tirar dúvidas, saber quais são as notícias falsas que circulam pela internet e denunciar conteúdos suspeitos, entre outros serviços. O endereço é www.gov.br/saudecomciencia.

Pais ou responsáveis, não permitam que meninos e meninas corram o risco de sofrer com sequelas graves irreversíveis ou até de perder a vida. Se há criança ou adolescente em casa com doses atrasadas, procure o posto de saúde e coloque tudo em dia. Caso você também não tenha completado o esquema vacinal, busque essa proteção. É eficaz e é gratuita.

 


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postado em 11/07/2024 06:00
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