Um reconhecimento tardio, mas justo e necessário. Com o intuito de reverenciar a Música Popular Brasileira (MPB) e dar mais visibilidade aos nossos artistas, a União Brasileira de Compositores (UBC) celebrará, na quarta edição do Troféu Tradições, uma das mais sofisticadas intérpretes da música popular brasileira, Alaíde Costa.
Aos 88 anos, dos quais 70 de carreira, precursora da bossa nova, a cantora carioca receberá a honraria, da diretora-presidente da instituição Paula Lima, em 20 de junho, na Casa de Francisca, no Palacete Tereza, recém-restaurado, em São Paulo.
Na oportunidade, Alaíde fará um show em que interpretará canções do seu repertório, compostas por Tom Jobim, Johnny Alf, Geraldo Vandré, Nando Reis e Emicida. Haverá a participação do veterano Carlinhos Brown e de Ayrton Montarroyos e Zé Manoel, artistas da nova geração.
"Ser reconhecida como precursora da bossa nova é uma honra indescritível. É gratificante ver o estilo musical que ajudei a criar e cultivar, ainda ressoar com força e beleza no coração das pessoas", afirma a cantora. "A Bossa Nova é parte fundamental da minha vida e esse reconhecimento é um testemunho da dedicação e do amor que coloquei na carreira de cantora e compositora", acrescenta.
Grata, Alaíde se diz profundamente emocionada pela celebração e também "por poder compartilhar essa alegria com todos que acreditaram no meu trabalho". O álbum mais recente dela é o Pérolas Negras, com a participação de Zezé Motta e Eliana Pittman. Em 2022 ela havia lançado O que meus calos dizem de mim, produzido por Emicida e Pupillo (Nação Zumbi).
De acordo com Paula Lima, diretora presidente da UBC, a escolha de Alaíde Costa para a premiação vem ao encontro da proposta do Troféu Tradições em valorizar e enaltecer grandes artistas da música brasileira. "Dona Alaíde, grande mulher, é preciosíssima arquiteta da música brasileira. Aos 88 anos, cantando lindamente, lançando novos trabalhos, muito consciente do que acredita e cuidando de sua obra tão original, é referência para todos", destaca.
Para Marcelo Castelo Branco, diretor-executivo da instituição, Alaíde Costa deixou marcas profundas na bossa nova, Clube da Esquina e por onde passou, "com dignidade, talento raro, sensibilidade e sem fazer concessões". No entendimento do dirigente, poder reconhecer e festejar a trajetória da cantora, por meio do Troféu Tradições, é uma iniciativa de valor fundamental para nossa cultura.