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Artigo: Ancelotti cria ataque do Brasil

Ao apostar em Vinicius Junior e Rodrygo na linha de frente, Carlo Ancelotti mantém a coerência da biografia como técnico e indica a Dorival Júnior o caminho a seguir na Copa América

A final da Uefa Champions League entre Borussia Dortmund e Real Madrid, hoje, às 16h (de Brasília), em Wembley, resgata uma ferramenta arquivada no repertório da Seleção Brasileira: a dupla de ataque. A preferência por sistemas de jogo como 4-3-3 ou 4-2-3-1 deixou pares ofensivos como Müller e Careca, Bebeto e Romário, Romário e Ronaldo, Rivaldo e Ronaldo ou Adriano e Ronaldo no museu. Ao apostar em Vinicius Junior e Rodrygo na linha de frente, Carlo Ancelotti mantém a coerência da biografia como técnico e indica a Dorival Júnior o caminho a seguir na Copa América, nas Eliminatórias Sul-Americanas e na Copa do Mundo de 2026.

O Brasil não tem uma dupla de ataque titular campeã da Champions League há 20 anos. A última vez foi em 2004. O técnico português José Mourinho levou o Porto ao título por 3 x 0 contra o Monaco, na Arena AufSchalke, em Gelsenkirchen, na Alemanha, com Carlos Alberto e Derlei no ataque. Cria do Fluminense, Carlos Alberto iniciou aquela campanha atuando ao lado de do sul-africano Benni McCarthy e terminou o torneio em parceria com Derlei. Inclusive abriu o placar na decisão.

Desde então, nenhum clube conquistou a Champions League usando dupla de ataque brasileira. Vinicius Junior e Rodrygo podem até perder a final para o Borussia Dortmund, mas estão no lugar certo na hora certa. Carletto sempre privilegiou pares ofensivos nos papéis de jogador e de treinador.

Em 1989, o italiano de 64 anos era um dos carregadores de piano no meio de campo do Milan ao lado de Colombo, Rijkaard e Donadoni. O técnico Arrigo Sacchi queria o quarteto de operários trabalhando pelo sucesso da dupla de ataque formada por Gullit e van Basten. O time italiano goleou o romeno Steaua Bucaresti por 4 x 0. Dois gols de cada atacante no Camp Nou. Os parças holandeses brindaram o Milan com o bi em 1990 contra o Benfica, em Viena.

Carlo Ancelotti virou técnico e levou o método de Arrigo Sacchi para a prancheta. Em 2003, guiou o Milan à glória na Champions League contra a Juventus com o casal ofensivo Schevchenko e Inzaghi. No título de 2007, adaptou o meia Kaká a parceiro do centroavante Inzaghi. O brasileiro foi artilheiro isolado da Liga dos Campeões com 10 gols — e eleito o melhor jogador do mundo.

Das duas conquistas no Real Madrid, Ancelotti usou dupla de ataque em 2022 no triunfo contra o Liverpool (Vinicius Junior e Benzema); e só fugiu à regra em 2014 (Cristiano Ronaldo, Benzema e Bale) diante do Atlético de Madrid.

O Real ostenta 127 gols na temporada. Vini tem 23 e 9 assistências. Rodrygo soma 17 bolas na rede e 8 passes. São 40 gols juntos, ou 31,5%. Há química entre eles para levar o time espanhol ao 15º título europeu e colocar dúvida na cabeça de Dorival Júnior: Raphinha, Rodrygo e Vinicius Junior ou somente Vini e Rodrygo no ataque? Ancelotti não assumiu a Seleção como desejava o presidente da CBF, mas criou uma solução.

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