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Futebol

Artigo: A força da escola italiana

Como a temporada europeia ajuda a explicar o sucesso dos técnicos nascidos na Itália em uma temporada de títulos, vices e chegada em massa às oitavas de final da Eurocopa

Carlo Ancelotti é o recordista de títulos da Liga dos Campeões, com duas pelo Milan e três pelo Real Madrid -  (crédito: Glyn Kirk/AFP)
Carlo Ancelotti é o recordista de títulos da Liga dos Campeões, com duas pelo Milan e três pelo Real Madrid - (crédito: Glyn Kirk/AFP)

Os técnicos nascidos na Itália vivem um momento iluminado. Nesta temporada, conquistaram a Champions League, a Europa League, foram vice da Conference League e chegam em massa aos playoffs da Eurocopa. Dos 16 profissionais classificados para as oitavas de final quatro nasceram no País da Bota. Um marco do renascimento de uma das escolas mais relevantes do futebol.  

Muitas revoluções surgiram de debates na Academia de Coverciano, em Florença, onde treinadores aprendem, trocam ideias e formam profissionais desde o começo da década de 1950 em busca de excelência. O catenaccio, o gioco all’italiana e a revolução de Arrigo Sacchi influenciam o jogo até hoje. Vittorio Pozzo, Enzo Bearzot, Fabio Capello, Marcelo Lippi e Carlo Ancelotti são disciplinas obrigatórias na “faculdade”.

O legado explica o sucesso. Carlo Ancelotti abre a lista dos treinadores italianos em alta. Em junho, ele levou o Real Madrid ao 15º título na Champions League ao derrotar o Borussia Dortmund por 1 x 0. Sozinho, ele tem cinco troféus, a mesma quantidade de orelhudas do Barcelona. Uma inspiração para jovens e velhos colegas de profissão.

Um deles chama-se Gian Piero Gasperini. O italiano nascido em Gugliasco levou a Atalanta ao título da Europa League na recém-encerrada temporada de clubes ao quebrar a invencibilidade do Bayer Leverkusen por 3 x 0 na final, em Dublin. Aos 66 anos, Gasperini finalmente colocou no currículo o primeiro título no papel de treinador.

O técnico vice-campeão da Conference League é italiano até no sobrenome. Vincenzo Italiano classificou a Fiorentina para a decisão, porém perdeu a taça para o Olympiacos, em Atenas. Ele assumiu o Bologna para 2024/2025.

O sucesso dos técnicos italianos se estende à Eurocopa. Eram cinco na fase de grupos. Quatro avançaram às oitavas. Somente Marco Rossi ficou pelo caminho com a Hungria. Os demais sobrevivem na disputa pelo título.

Luciano Spalletti comandará a atual campeã Itália contra a Suíça, hoje, em Berlim. A Eslováquia avançou guiada por uma espécie de “Fernando Diniz” da Eurocopa. A similaridade não diz respeito aos conceitos de futebol, mas aos tentáculos. Francesco Calzona acumula os cargos de técnico do Napoli e da Eslováquia, como Diniz ao conciliar Fluminense e Brasil. A seleção do Leste Europeu enfrentará a Inglaterra.

A Bélgica fez má campanha na primeira fase, porém o teuto-italiano Domenico Tedesco conseguiu levá-la aos trancos e barrancos às oitavas de final contra a França, atual vice-campeã mundial. O confronto é o mais pesado dessa fase do torneio continental. O ex-centroavante italiano Vincenzo Montella virou treinador e qualificou a Turquia para medir força com a Áustria.

A Série A do Campeonato Brasileiro tem nove técnicos importados. Argentinos e portugueses são clientes preferenciais, mas os italianos estão na moda.  

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postado em 29/06/2024 06:00 / atualizado em 29/06/2024 06:00
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