A poliomielite, também chamada de paralisia infantil, foi eliminada do Brasil há mais de 30 anos. Uma vitória da vacinação, porque, no país que se tornou exemplo para o mundo em imunização, pais ou responsáveis atendiam a cada chamamento das autoridades de saúde e levavam as crianças para receber as doses. Alcançávamos os 95% de cobertura vacinal, patamar estabelecido pela Organização Mundial da Saúde (OMS).
Nos últimos anos, porém, passamos a ficar longe desse índice, o que abre brecha para o retorno do vírus da pólio. A Organização Pan-Americana da Saúde (Opas), inclusive, colocou o Brasil na relação de países que correm o risco de ter a reintrodução da doença. Entre as sequelas da enfermidade — conforme lista o Ministério da Saúde —, estão crescimento diferente das pernas, o que faz com que a pessoa manque e incline-se para um lado, causando escoliose; paralisia dos músculos da fala e da deglutição, provocando acúmulo de secreções na boca e na garganta; dificuldade de falar; atrofia muscular e paralisia permanente de braços e pernas. Não há cura. Mas há prevenção. E a única prevenção é a vacina.
Como o último caso registrado no Brasil foi em 1989, muita gente ignora a ameaça e negligencia a imunização. Junte-se a isso a ação sistemática do movimento antivacina, as fake news e o péssimo exemplo de agentes públicos negacionistas, temos o cenário perfeito para a volta da poliomielite, que, até os anos 1980, vitimava crianças. O risco ainda existe porque o poliovírus persiste em algumas partes do mundo.
A Campanha de Vacinação contra a Pólio, que começou em maio, prossegue até amanhã. Pais ou responsáveis, levem as crianças menores de 5 anos a uma unidade de saúde para receberem essa proteção, que dura pela vida toda. Se não tiverem a caderneta, não tem problema. Basta um documento de identificação. Caso percam o prazo da campanha, podem ir outro dia. O importante é não deixar meninos e meninas vulneráveis a essa doença ameaçadora, mas prevenível.
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