Saúde

Vacinas para as crianças, sim

Não se deixe levar por fake news. Em caso de dúvida sobre imunizantes, busque fontes confiáveis para dirimi-las — o próprio Ministério da Saúde responde.

Vacinação no Posto de Saúde do Guará 2. -  (crédito: Minervino Júnior/CB/D.A Press)
Vacinação no Posto de Saúde do Guará 2. - (crédito: Minervino Júnior/CB/D.A Press)

Um dos grandes desafios do Brasil na missão imprescindível de aumentar a cobertura vacinal é o enfrentamento à ação criminosa de negacionistas que espalham notícias falsas sobre imunizantes. E é uma batalha hercúlea, porque esses sabotadores têm nas redes sociais um terreno fértil para disseminar mentiras, impactando a confiança da população.

Um estudo do Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP) e da Universidade Santo Amaro (Unisa), divulgado ontem, mostra que 21% dos entrevistados admitiram já ter desistido de levar crianças para se vacinarem após lerem fake news nas redes sociais.

O Estudo sobre consciência vacinal no Brasil, realizado entre 29 de janeiro e 19 de fevereiro, ouviu 3 mil pessoas em todas as regiões do país. Segundo o levantamento, embora predomine a confiança na segurança e na eficácia das vacinas, há brasileiros com receio.

Um receio que só piora quando agentes públicos, que deveriam zelar pela saúde da população, lançam suspeitas sobre vacinas, como faz uma parte dos parlamentares no Congresso. A Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara aprovou, nesta semana, um recurso que tem o objetivo de rediscutir a imunização obrigatória contra a covid-19 para crianças de 6 meses a 5 anos. O argumento é de que a vacina não foi "devidamente testada"!  

O imunizante contra o novo coronavírus passou a integrar o calendário para essa faixa etária este ano, porque a cobertura vacinal desse público estava muito baixa, representando um sério risco. Em 2023, 110 crianças morreram devido à doença, como informou, em novembro, a ministra da Saúde, Nísia Trindade. Já em 2022, de acordo com a Fiocruz, o Brasil registrou um óbito por dia entre meninos e meninas nessa faixa etária, em decorrência do coronavírus.

Nísia Trindade enfatiza constantemente que a aplicação das doses segue orientação da Organização Mundial da Saúde (OMS) e que elas "passam por rigoroso processo de estudo de qualidade antes de serem incorporadas ao SUS".

Não se deixe levar por fake news. Em caso de dúvida sobre imunizantes, busque fontes confiáveis para dirimi-las — o próprio Ministério da Saúde responde. Vacinas são seguras, eficazes, gratuitas e salvam vidas. Se há crianças ou adolescentes em sua casa com doses em atraso, leve-os para atualizar a caderneta. Leve-os para receber essa proteção.

 

 

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postado em 06/06/2024 06:06
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