O desenvolvimento das tecnologias que utilizam inteligência artificial (IA) tem provocado uma revolução em diversos setores e, também, criado a ideia de que ela é capaz de resolver qualquer problema. A saúde, entre as variadas áreas de serviços em transformação a partir do uso da ferramenta, acumula ganhos relevantes. A IA vem sendo cada vez mais adotada em hospitais, clínicas, consultórios, centros de estudos e laboratórios ao redor do mundo.
Mas ainda há desafios, limitações e questões a serem debatidas sobre o tema. A Organização Mundial da Saúde (OMS) já avaliou que a IA representa uma grande promessa para melhorar a prestação de serviços, podendo ser utilizada para otimizar a velocidade e a precisão dos diagnósticos.
A entidade ainda destaca a capacidade de auxiliar no atendimento clínico e fortalecer a pesquisa no setor, bem como o desenvolvimento de medicamentos. Ainda para a OMS, a ferramenta pode apoiar ações na esfera pública, como vigilância de doenças e gestão de sistemas.
É fato que a aplicação de todas essas inovações na busca de diagnósticos mais rápidos e precisos, reduzindo custos e melhorando a experiência de pacientes e de profissionais, motiva uma recente e significativa mobilização.
O avanço da medicina é sempre uma esperança e um anseio da humanidade. Cura de doenças, medicamentos eficientes, tratamentos menos dolorosos e efeitos colaterais reduzidos são conquistas vinculadas à tecnologia.
A identificação de novos males e, especialmente, a prevenção são pontos essenciais na garantia da saúde e que podem ser diretamente beneficiados pela IA.
Mas é preciso pensar diretrizes quanto ao uso ético dessa tecnologia — o que a OMS também já sinalizou como primordial. Princípios devem nortear os trabalhos e os esforços para assegurar o uso correto e em condições de igualdade para todas as sociedades, priorizando os atendimentos públicos. A escalada das exigências nos cuidados de saúde exige cada vez mais dos pacientes e dos profissionais da área.
A necessidade generalizada de serviços remotos também leva os cidadãos e as organizações a repensarem os processos clínicos e operacionais. No meio desse furação de novas possibilidades, a IA também atua na propagação de informações e de dados. E esse é um ponto sensível ao bem-estar das pessoas porque programas que disseminam fake news podem provocar enormes estragos.
O combate às práticas nocivas pode ficar ainda mais difícil se a tecnologia for usada sem responsabilidade. O fumo é um exemplo. Depois de ser apresentado como alternativa ao cigarro tradicional, o vape vem causando apreensão na comunidade médica.
O “objeto tecnológico”, divulgado em diversas plataformas, tem aumentado seu alcance, especialmente entre os jovens. Mesmo com os estudos que comprovam o perigo, muitos usuários se expõem ao risco diante da disseminação nas redes. Na última sexta-feira, Dia Mundial sem Tabaco, foi lançada a campanha “Proteção das crianças contra a interferência da indústria do tabaco”.
O objetivo é promover uma mudança de comportamento para coibir o uso. A revolução provocada pelo avanço das tecnologias e pela aplicação cada vez maior da IA precisa ser pensada com responsabilidade. Consciência e atitude correta são instrumentos eficientes de garantia da qualidade na saúde e que não podem ser descartados.
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