Crise Climática

Artigo: Os desafios das mudanças do clima

No Distrito Federal, a implementação de medidas de mitigação e adaptação é essencial para garantir a resiliência da capital federal e do país diante das transformações climáticas

 Reservatório do Descoberto: uso sustentável da água é uma das preocupações  -  (crédito:   Carolina Braga/CB/D.A.Press)
Reservatório do Descoberto: uso sustentável da água é uma das preocupações - (crédito: Carolina Braga/CB/D.A.Press)

» Gutemberg Gomes*

A preocupação com as mudanças climáticas transcende fronteiras, e, recentemente, a Secretaria de Estado do Meio Ambiente e Proteção Animal do Distrito Federal (Sema-DF) expressou sua solidariedade com a população do Rio Grande do Sul diante de uma tragédia que ressalta a urgência de enfrentar esse desafio global.

Os impactos das mudanças climáticas são evidentes em todo o Brasil. O aumento da temperatura média, as mudanças nos padrões de chuva e a ocorrência mais frequente de eventos climáticos extremos impactam em diversos setores, desde a agricultura até a saúde pública.

A Sema, desde sua criação, tem sido uma peça fundamental na proteção do meio ambiente no DF. Com suas competências ampliadas — agora também incluindo a proteção animal —, a secretaria desempenha um papel crucial na promoção do desenvolvimento sustentável e na elaboração de políticas públicas para enfrentar os desafios das mudanças climáticas.

 O Governo do Distrito Federal (GDF) tem  implementado diversas iniciativas como parte de sua estratégia de enfrentamento às mudanças do clima, incluindo programas de gestão de resíduos sólidos, arborização urbana, incentivos para energias renováveis e educação ambiental. Medidas de adaptação e mitigação, como investimento em infraestrutura verde, uso sustentável da água e promoção de energias renováveis, são essenciais para garantir a resiliência da capital federal diante das transformações climáticas.

O Plano de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos (PGRS) visa a redução, a reutilização e a reciclagem de resíduos sólidos, contribuindo para a diminuição das emissões de gases de efeito estufa. O Programa de Arborização Urbana incentiva o plantio de árvores nativas do Cerrado nas áreas urbanas e unidades de conservação, ajudando a mitigar o calor e capturar carbono. 

  Já os Incentivos para Energias Renováveis são um estímulo ao uso de energias limpas, como solar, por meio de políticas e subsídios. O Programa de Educação Ambiental, por sua vez, tem ações educativas para a conscientização da população sobre a importância da preservação ambiental e redução do consumo. E o Monitoramento Ambiental, o uso de tecnologias para monitorar a qualidade do ar, da água e do solo, permitindo ações mais eficazes de proteção ambiental.

Há também o Plano Carbono Neutro (Plano ABC +), que é o plano de agricultura de baixo carbono do DF, com o objetivo de alcançar um saldo zero de emissões em 2050. Ele almeja o equilíbrio entre as emissões e o sequestro de carbono emitido pela capital do país. O Plano Diretor de Ordenamento Territorial (PDOT) determina o uso e a ocupação territorial para os próximos 10 anos, considerando aspectos urbanísticos, de infraestrutura e meio ambiente por meio da interação entre órgãos governamentais, população e organizações da sociedade civil.

 O Zoneamento Ecológico-Econômico é um instrumento estratégico de planejamento e gestão territorial, cujas diretrizes e critérios devem orientar as políticas públicas distritais voltadas ao desenvolvimento socioeconômico sustentável e à melhoria da qualidade de vida da população do DF. Coordenado pela Secretaria de Agricultura do Distrito Federal, o Plano de Desenvolvimento Rural Sustentável deve construir e debater estratégias de união de esforços para o planejamento do setor agropecuário do DF para os próximos 20 anos, estabelecendo o desenvolvimento sustentável da agropecuária e condições estruturantes para um planejamento de atividades a longo prazo.

Com relação às medidas de adaptação e mitigação, destacam-se investimento em infraestrutura verde (a criação e preservação de áreas verdes urbanas ajudam a reduzir o efeito de ilhas de calor e a promover a biodiversidade); o uso sustentável da água (campanhas de conscientização, tecnologias de reúso e captação de água são essenciais para enfrentar a crise hídrica); e investimentos em energias renováveis (a energia solar pode reduzir a dependência de fontes fósseis e contribuir para a redução das emissões de gases de efeito estufa).

As mudanças climáticas representam um desafio urgente que requer políticas públicas e ações coordenadas em níveis local, nacional e global. No Distrito Federal,  a implementação de medidas de mitigação e adaptação é essencial para garantir a resiliência da capital federal e do país diante das transformações climáticas.

* Secretário de Estado do Meio Ambiente e Proteção Animal do Distrito Federal (Sema-DF).

 

 

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postado em 31/05/2024 06:00
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