Em Matureia, na Paraíba, uma mulher espancou o filho, de 3 anos, com um pedaço de cipó, fez questão que a violência fosse filmada e enviou para a professora da criança. O motivo da crueldade? "Disciplinar" o menino, que teria se comportado mal na escola. A agressora ainda cometeu outra perversidade, vitimizou, também, a filha, de 8, ao obrigá-la a gravar o irmãozinho sendo surrado. Como é que uma mãe é capaz de tamanha maldade? Que ódio é esse que faz a pessoa machucar os próprios filhos?
E, no entanto, violências assim são comuns neste país. O Brasil ainda tem a hedionda cultura de espancar crianças e adolescentes para "educá-los". É naturalizado por aqui. Pais ou responsáveis se consideram proprietários de meninos e meninas e defendem seu "direito" de aplicar castigos físicos e psicológicos para "ensiná-los". Uma covardia.
Os abusos ferem a dignidade de crianças e adolescentes e podem impactar a saúde física e mental deles pelo resto da vida. Além disso, eles aprendem que a violência é o meio de resolver conflitos e diferenças.
Todos os meninos e meninas "têm o direito de ser educados e cuidados sem o uso de castigo físico ou de tratamento cruel ou degradante, como formas de correção, disciplina, educação ou qualquer outro pretexto, pelos pais, pelos integrantes da família ampliada, pelos responsáveis, pelos agentes públicos executores de medidas socioeducativas ou por qualquer pessoa encarregada de cuidar deles, tratá-los, educá-los ou protegê-los". Está bem claro no Estatuto da Criança e do Adolescente. Eles são cidadãos, sujeitos de direitos, e não propriedades das famílias.
Meninos e meninas sendo machucados é um problema público, não privado, diz respeito a todos nós. Se souber ou desconfiar dessa covardia, denuncie ao Conselho Tutelar, em delegacias, pelo aplicativo Proteja Brasil ou ligue no Disque 100.
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