Em parceria com estados e municípios, o Ministério da Saúde promove hoje o Dia de Combate à Dengue. São ações de orientação para a população evitar a disseminação da doença, que está fora do controle no Distrito Federal e mais seis estados: Acre, Goiás, Minas Gerais, Espírito Santo, Santa Catarina e Rio de Janeiro. Até agora, em todo o país, foram registrados 1.017.278 casos prováveis de dengue e 214 mortes confirmadas pela doença. Outros 687 óbitos estão sendo investigados. É um cenário muito grave. Esses estados e o DF decretaram "estado de emergência", assim como 154 municípios.
Ninguém está livre de contrair a doença, a não ser os vacinados. O vigor físico não protege contra a dengue, embora aumente a resistência e favoreça a recuperação. A faixa etária dos 30 aos 39 anos responde pelo maior número de ocorrências de dengue no país, seguida pelo grupo de 40 a 49 anos e de 50 a 59 anos. Dos casos notificados, 55,4% são de mulheres e 44,6% de homens. Enquanto Minas Gerais registra o maior número de casos, com 352.036 notificações, o Distrito Federal tem a maior incidência da doença: 3.612,7 casos por 100 mil habitantes. No momento, em nível nacional, o coeficiente é de 501 casos para cada grupo de 100 mil habitantes.
A ministra da Saúde, Nísia Trindade, anunciou que o Brasil poderá ter, neste ano, o dobro de casos de dengue registrados em 2023, que chegou a 1.658.816 casos. Em Brasília, segundo o governador Ibaneis Rocha, as redes de saúde da capital, tanto a pública quanto a privada, entraram em colapso no atendimento. Os principais sintomas relacionados à dengue são febre alta de início repentino, dor atrás dos olhos, mal estar, prostração e dores no corpo. O vírus é transmitido ao homem pela picada de fêmeas de Aedes aegypti infectadas.
A dengue não é como uma gripe trivial, mata. É muito grave quando se apresenta na forma hemorrágica. O acompanhamento médico é indispensável, o que exerce forte pressão sobre o Sistema Único de Saúde. Controlada a covid -19 pelas vacinação em massa, passou a ser o principal e mais urgente problema de saúde pública do país. Não há vacinas em quantidade suficiente para todos. Nos países tropicais, as condições ambientais facilitam a proliferação do mosquito transmissor da doença.
O desenvolvimento e a proliferação do Aedes aegypti exigem atenção redobrada das autoridades, porém, não são uma responsabilidade apenas dos governos e seus órgãos de saúde pública. Sem colaboração e mobilização da sociedade é impossível conter a epidemia. Além de eliminar os focos dentro de casa e nos quintais, é preciso verificar se as caixas d'água estão completamente vedadas, porque o mosquito gosta de água limpa. Nosso sistema de distribuição de água por bombeamento é descontínuo e, por isso, exige armazenamento, o que seria desnecessário se o abastecimento fosse por gravidade e contínuo, como acontece na maioria dos países.
Além da mobilização das famílias, as comunidades devem se organizar para cuidar das áreas comuns; de igual maneira, as empresas devem cuidar de suas instalações e arredores, ajudar as comunidades com as quais convivem, porque seus funcionários também são afetados pela pandemia.
Também estamos empenhados no combate à dengue, por meio da realização de eventos e debates, como o seminário Dengue, uma luta de todos, realizado quinta-feira, no auditório de Correio. Além da intensa cobertura da epidemia, publicamos matérias educativas para auxiliar os esforços das autoridades e da sociedade.
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