SAÚDE PÚBLICA

Análise: o combate à dengue é prioridade máxima; números assustam

É necessário ver com preocupação a declaração da vice-governadora, Celina Leão, de que as unidades de terapia intensiva (UTIs) da rede pública da capital federal estão superlotadas. Praticamente quatro anos atrás, começamos a presenciar tal cenário em meio à pandemia de covid-19, e assusta saber que podemos voltar a conviver com a falta de leitos

O combate ao Aedes aegypti é mais do que fundamental. Não só a dengue, mas os casos de chikungunya também apresentam forte alta neste ano no DF—praticamente dobraram -  (crédito: Ed Alves/CB/D.A.Press)
O combate ao Aedes aegypti é mais do que fundamental. Não só a dengue, mas os casos de chikungunya também apresentam forte alta neste ano no DF—praticamente dobraram - (crédito: Ed Alves/CB/D.A.Press)

Os números do Distrito Federal impressionam. Até agora, um a cada 90 moradores da capital federal pegou dengue em 2024, como mostrou levantamento exclusivo elaborado por jornalistas do site do Correio Braziliense. E a tendência é piorar, afinal, estamos longe do pico e as unidades de saúde seguem lotadas. Os mais recentes dados do Ministério da Saúde mostram que são 31.236 casos prováveis somente neste ano em todo o DF.

É muita gente. Tanto que o aumento em relação a janeiro do ano passado é de 787%. Comparando, é como se toda a população do Lago Sul tivesse contraído dengue somente neste ano. A quantidade de casos da doença em janeiro é maior ainda que a população de outras sete regiões administrativas: Cruzeiro, Núcleo Bandeirante, Park Way, Candangolândia, Fercal, Varjão e SIA.

O DF também está em primeiro lugar no triste ranking de incidência da dengue no país, ao se comparar o tamanho da população. Temos 1.108,8 casos a cada 100 mil pessoas, número quase quatro vezes maior do que o segundo colocado na lista, Minas Gerais, que tem 284,9 de incidência. Por isso, é necessário ver com preocupação a declaração da vice-governadora, Celina Leão, de que as unidades de terapia intensiva (UTIs) da rede pública da capital federal estão superlotadas. Praticamente quatro anos atrás, começamos a presenciar tal cenário em meio à pandemia de covid-19, e assusta saber que podemos voltar a conviver com a falta de leitos.

Cada um tem que fazer a sua parte. Usar repelente, por exemplo, virou ritual diário para várias pessoas do meu círculo próximo. Todo mundo conhece alguém que teve dengue recentemente e sentiu os pesados sintomas da doença. A preocupação com o descarte ilegal de lixo também cresceu. As denúncias dispararam nas centrais telefônicas. Pelo 162, é possível pedir a coleta. Já o 199 funciona para tratar das demandas relacionadas à epidemia e para pedir providências em relação a carcaças de carros e entulhos acumulados.

O combate ao Aedes aegypti é mais do que fundamental. É prioridade máxima. Não só a dengue, mas os casos de chikungunya também apresentam forte alta neste ano no DF — praticamente dobraram. Ambas doenças são transmitidas pelo mesmo mosquito e apresentam sintomas semelhantes, o que pode dificultar o diagnóstico pelos profissionais de saúde. Só que alguns pacientes chegam a sentir dores por até seis meses. Emergência de saúde pública assusta sempre. Às vésperas do carnaval, quando aumenta a circulação de pessoas nas ruas em blocos e bares, o cenário se torna ainda mais preocupante.

 


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postado em 02/02/2024 06:00 / atualizado em 02/02/2024 11:25
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