A dor é insuportável. Atinge ossos e músculos. Comecei sentindo náuseas e uma pressão nas costas. Logo depois, manchas vermelhas começaram a se espalhar pelo corpo, acompanhadas de febre muito alta e desmaios. Senti medo de ter convulsões. Socorrido ao hospital, precisei ficar cinco dias internado. Somente tive alta depois que as plaquetas se estabilizaram.
A lembrança da dengue segue viva na memória, meso depois de tantos anos. E vejo com muita preocupação o avanço da doença no Distrito Federal. São 16 mil casos prováveis somente nas três primeiras semanas do ano. É um aumento de mais de 646% em relação ao mesmo período de 2023. O combate à epidemia não é só missão dos entes federativos — União, estados e municípios —, mas de toda a população. Afinal, a prevenção à proliferação do mosquito é uma responsabilidade de todos nós.
Por isso, não há como discordar da decisão do GDF de multar em até R$ 27.799 quem descarta lixo de forma inadequada nas ruas. Campanhas de conscientização são feitas ano a ano, mas, mesmo assim, o abandono incorreto de pneus, vasilhas e caixas, que contribuem para o surgimento de criadouros a céu aberto do Aedes aegypti, segue a todo vapor. O chavão "Criança a gente educa; adulto se pune", nesse caso, é mais válido do que nunca.
Mas não é só. Algumas medidas simples podem ser adotadas dentro de casa para se evitar a proliferação do mosquito. É a chamada regra EMU, como se referem os agentes comunitários nas visitas às residências:
» Elimine água parada;
» Mantenha o ambiente limpo;
» Use repelente.
Ontem, o Ministério da Saúde detalhou como será a campanha de vacinação contra a dengue neste ano. A partir de fevereiro, crianças e adolescentes de 10 a 14 anos de 521 cidades serão o público-alvo da imunização coletiva. Trata-se da faixa etária que concentra o maior número de hospitalizações depois dos idosos. Serão 3,2 milhões de pessoas, em um primeiro momento. É um número aquém do necessário. Afinal, representa em torno de 1,5% da população brasileira. Assim, um mutirão contra a dengue é um dever de todos. É a única forma de conter a epidemia.
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