Com o início do verão, além das ondas de calor, previstas para os próximos dias, os gastos com energia elétrica tendem a crescer. De acordo com a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), a conta de luz durante os meses da estação que começa hoje pode ficar 8,6% mais cara. É o ar-condicionado somado a chuveiro elétrico, geladeira, ventilador e freezer — todos apontados como os vilões quando o assunto é gasto de energia.
Os dados são impressionantes: segundo o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), com essas ondas de calor, na primeira quinzena de novembro, o Brasil atingiu uma marca recorde na demanda instantânea de carga do Sistema Interligado Nacional (SIN), quando foram gastos 100.955 megawatts (MW), sendo também a primeira vez na história do SIN que a carga superou a marca de 100 mil MW.
Essa previsão deve se manter nos próximos meses, já que as temperaturas mínimas e máximas vão ficar acima da média em grande parte do país. Com as frequentes ondas de calor, a busca por energia elétrica aumenta, o que pode resultar em cortes e instabilidades no fornecimento de eletricidade em determinados locais.
O que os especialistas dizem é que o aumento na demanda por energia não é apenas temporário, devido às estações quentes. Pelo contrário: está relacionado às mudanças climáticas e ao fenômeno El Niño. Ao mesmo tempo em que atravessa os desafios climáticos atuais, o Brasil passa por um momento de franco crescimento da energia solar.
Fato é que a energia solar representa a segunda maior fonte elétrica no Brasil, colocando o país entre os 10 maiores geradores desse tipo de energia globalmente. Até o fim deste ano, a Agência Internacional de Energia (AIE) estima um crescimento de aproximadamente 33% na capacidade de energia renovável em todo o mundo.
De janeiro a setembro de 2023, foi registrado o maior aumento na capacidade de geração solar centralizada da história do país. Em comparação, o acréscimo em 2022 foi de 2,5 gigawatts, enquanto entre janeiro e setembro de 2023, foram instalados 3 gigawatts, conforme dados do Ministério de Minas e Energia.
E o Brasil segue rumo ao desenvolvimento. Atualmente, 18 mil usinas estão em operação, com geração fotovoltaica centralizada, proveniente de grandes parques solares. A energia solar compartilhada vai na mesma toada, com projeção de escalar a partir de 2024. Afinal de contas, quem não quer ficar livre da bandeira tarifária e ganhar um desconto (ainda que pequeno) nas contas de luz?
Além de reduzir os impactos no meio ambiente e nas mudanças climáticas, essa tecnologia promove uma redução significativa na conta de luz todos os meses, sem a necessidade de instalações de placas fotovoltaicas ou pagamento de taxas de adesão.
Enfim, a geração de energia solar pode desempenhar um papel fundamental na redução da demanda pelo insumo durante as ondas de calor, considerando que o aumento dos custos de energia é um dos principais impactos decorrentes do calor extremo.
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