Música

Artigo: Peladios em Santos

Mamonas Assassinas — O filme certamente levará os admiradores da banda a recordar, com saudade, de Dinho e companhia

Cena do filme dirigido por Edson Spinello -  (crédito: Divulgação/Imagens Filmes/Edu Moraes)
Cena do filme dirigido por Edson Spinello - (crédito: Divulgação/Imagens Filmes/Edu Moraes)
postado em 26/12/2023 06:05

A emoção tomou conta de boa parte dos espectadores que assistiram à pré-estreia de Mamonas Assassinas — O filme, na última quinta-feira, no Cine Cultura, do Liberty Mall, no Setor Comercial Sul. Houve até os mais desinibidos que soltaram a voz, fazendo coro ao ouvirem Pelados em Santos, o maior hit da banda paulista.

Quem era fã do grupo de rock escrachado e espectadores em geral vão poder curtir a cinebiografia que entra em cartaz na próxima quinta-feira e relembrar o responsável pelo maior êxito da cena musical brasileira em 1996, pela qual teve breve passagem. Em menos de um ano, o Mamonas cumpriu vitoriosa turnê pelo país, com shows superconcorridos e, surpreendentemente, vendeu algo em torno de 3 milhões de discos.

Com direção de Edson Spinello, a película tem como um dos cenários uma praça de Guarulhos, cidade da periferia de São Paulo, terra natal de Dinho, Sérgio, Júlio, Samuel e Bento, que são vividos pelos atores Ruy Brissac (parecido com o hilário vocalista), Rhener Freitas, Robson Lima, Adriano Tunes e Beto Hinoto, respectivamente.

Na trilha sonora, foram reunidos hits como Chopis center, Robocop gay, Sabão crá-crá, Vira vira e, obviamente, Pelados em Santos. Num dos trechos da letra desta última, que permanece no imaginário de muita gente, Dinho escreveu: "Mina, seu cabelo é da hora/ Seu corpão violão/ Meu docinho de coco/ Tá me deixando louco/ Minha Brasília amarela/ Tá de portas abertas pra gente se amar/ Peladios em Santos..."

Fenômeno de popularidade, os Mamonas Assassinas escolheram Brasília para encerrar a excursão pelo Brasil. O show no antigo Estádio Mané Garrincha, às vésperas da programada viagem para Portugal, ocorreu em 2 de março de 1996, no fim da tarde, e foi assistido por 5 mil pessoas, predominantemente jovens, que interagiram com os músicos — Dinho, em especial, que chegou a descer do palco e cantar em meio aos fãs.

Eu estava lá fazendo a cobertura para o Correio e, logo depois da apresentação, fiz rápida passagem pela redação do jornal antes de ir para casa. No começo da madrugada, atônito, tomei conhecimento pela televisão do acidente fatal que tirou a vida dos Mamonas e sua equipe, após desastre no retorno a São Paulo, quando o avião que os conduzia chocou-se com a Serra da Cantareira.

Me recordo que houve grande repercussão e tristeza pela passagem dos Mamonas Assassinas para outra dimensão. O filme, agora, certamente levará os admiradores da banda a recordar, com saudade, de Dinho e companhia.


 

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