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Cultura

Joviais oitentões

Gilberto Gil, que participou da homenagem a Caetano no Prêmio UBC, liderou ao lado do amigo o movimento tropicalista e dividiu com ele o exílio em Londres, no fim da década de 1960

Crédito: Viola Júnior/Esp.CB/D.A Press. Brasil. Brasília - DF. Caetano e Gil emocionam plateia de convidados em tributo a Ulysses Guimarães. 
 -  (crédito: Viola Júnior/Esp. CB/D.A Press)
Crédito: Viola Júnior/Esp.CB/D.A Press. Brasil. Brasília - DF. Caetano e Gil emocionam plateia de convidados em tributo a Ulysses Guimarães. - (crédito: Viola Júnior/Esp. CB/D.A Press)
postado em 12/12/2023 06:00

Ao fazer a cobertura da sétima edição do Prêmio UBC, terça-feira passada, no Rio de Janeiro, que reverenciou Caetano Veloso, eu me vi diante não só de um ícone da música popular brasileira, com obra reconhecida nacional e internacionalmente, mas também de um expoente da geração de ouro da MPB, formada por artistas que estão na faixa dos 80 anos.

Trecho de um samba composto por Marcos Valle, intitulado Com mais de trinta, que fez sucesso na década de 1970, diz: "Não confie em ninguém com mais de trinta anos...". Felizmente, isso ficou restrito à letra da canção. Entre os gigantes da história da nossa música, alguns chegaram aos 80 anos mantendo-se com plena relevância, ao compor, cantar, gravar, fazer show e encantar a quem acompanha a trajetória deles.

Caetano, por exemplo, depois de lançar o álbum Meu coco, saiu em turnê pelo país — com passagem por Brasília — e por capitais de nações europeias; além de comemorar os 50 anos do Transa, seu disco mais cultuado, com show na Marina da Glória e no Jockey Clube, no Rio, e também em São Paulo. Além disso, destaca-se como pensador, junto com a mulher e ativista política, Paula Lavigne, por propor ideias e sugestões para o desenvolvimento do país.

Gilberto Gil, que participou da homenagem a Caetano no Prêmio UBC, liderou ao lado do amigo o movimento tropicalista e dividiu com ele o exílio em Londres, no fim da década de 1960 — imposto pela ditadura militar.

Recentemente, lançou o vídeo Em casa com os Gil e o álbum gravado ao lado dos filhos e netos; e o disco com o coletivo Baiana System, em Salvador. É, também, de autoria dele a trilha sonora para o novo espetáculo de dança do Grupo Corpo.

Em 2022, Milton Nascimento excursionou pelo Brasil, pela Europa e pelos Estados Unidos com o Última sessão de música, visto aqui na cidade no Ginásio Nilson Nelson.

Para comemorar oito décadas de existência Edu Lobo selecionou 24 composições de sua obra que, após serem recriadas, ganharam registro em álbum duplo e DVD, sob o título de Oitenta. Entre elas, está a belíssima Beatriz, feita em parceria com Chico Buarque.

Chico Buarque, que só comemora 80 anos em 19 de junho de 2024, outro baluarte dessa geração, é o mais novo entre eles. No segundo semestre de 2022, após lançar o álbum Que tal um samba, empreendeu nova turnê pelo país e, de passagem por Brasília, fez dois memoráveis shows, nos dias 29 e 30 de novembro, no auditório master do Centro de Convenções Ulysses Guimarães.

Foi, portanto, essa geração de ouro que contribuiu, de forma indelével, para que a música feita no Brasil viesse a ser considerada uma das mais criativas e apreciadas fora dos limites do nosso país. 

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