O Congresso deve finalizar, em breve, a aprovação do projeto de lei que institui um programa nacional de vacinação em escolas públicas. Excelente notícia. A iniciativa vai reforçar as ações do governo federal para aumentar a cobertura vacinal no país, que chegou a níveis perigosamente baixos.
O PL 826/2019 foi aprovado no último dia 29 pela Comissão de Assuntos Sociais do Senado e segue para análise da Comissão de Educação. O programa contemplará alunos da educação infantil e do ensino fundamental. As escolas públicas ou instituições que recebem recursos públicos serão obrigadas a aderir. Já estabelecimentos particulares podem decidir se participam ou não.
Conforme o projeto, a imunização ocorrerá após o início da Campanha Nacional de Vacinação contra influenza e incluirá doses de rotina e de campanhas.
É preciso mesmo uma mobilização para evitar a reintrodução de doenças que estavam erradicadas ou controladas por aqui; fazer o Brasil voltar a ser exemplo mundial de vacinação.
Nossas coberturas baixaram por uma série de fatores: a pandemia da covid-19; a percepção errônea da população de que algumas enfermidades não oferecem mais perigo; a falta de confiança nos imunizantes, motivada por informações falsas; e a ação de grupos antivacina.
Este panorama demove pessoas de se vacinarem e de levarem os filhos para receber a proteção. Uma postura que pode ter consequências fatais para meninos e meninas. E é sempre bom lembrar o que diz o Artigo 14, parágrafo 1º, do Estatuto da Criança e do Adolescente: "É obrigatória a vacinação das crianças nos casos recomendados pelas autoridades sanitárias".
Lutar, principalmente, contra o negacionismo e as fake news a respeito dos imunizantes é missão hercúlea. No fim do mês passado, a ministra da Saúde, Nísia Trindade, foi chamada à Câmara por deputados contrariados com a decisão da pasta de tornar obrigatória a vacinação de crianças de 6 meses a 5 anos contra a covid-19. Na sessão, ela reiterou que o ministério segue recomendação de sociedades científicas e informou que, neste ano, 110 crianças morreram devido à doença.
Nísia teve de travar um embate com parlamentares negacionistas, que insistiam em reproduzir notícias falsas. E ela não usou meias palavras: "Devo dizer da temeridade do que está sendo colocado aqui, por quem está atacando, sim, a proteção à vida que a vacina dá".
Na batalha contra notícias falsas, o Ministério da Saúde lançou, na segunda-feira, o chatbot, um assistente virtual no WhatsApp que informa sobre campanhas; calendários das doses; características, benefícios e importância das doses; e, claro, desmente fake news sobre imunizantes. O número é (61) 99381- 8399. Uma ferramenta prática, gratuita e disponível a todos, a qualquer hora.
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