Ainda chocada com a notícia da morte de uma jovem em decorrência do calor no show da pop star Taylor Swift, chego a uma conclusão tardia: não estamos mais seguros. Quando mais de mil pessoas desmaiam e uma multidão experimenta uma sensação térmica de 60 graus em um show, fica mais evidente uma situação que já se anuncia há muito tempo, mas que recebe pouca atenção de quem deveria, inclusive, de todos nós.
O planeta está derretendo. As geleiras, sumindo. Os mares, subindo. Os temporais estão destruindo cidades, vidas, famílias. Os tornados e furacões devastando regiões. Deslizamentos são ameaças frequentes.
A onda de calor descomunal que estamos vivendo deve se repetir. Assim como as cheias e os períodos de seca. Se antes tínhamos a confortável sensação de algum equilíbrio térmico ou ao menos sabíamos como eram as estações em cada cidade, agora lidamos cada vez mais com a imprevisibilidade. E, nesse caso, o imprevisível pode ser uma sentença de morte e destruição.
Os cientistas alertam há muito tempo. Nenhum governo do mundo pode fingir surpresa. Aliás, nenhum de nós pode dizer que é por falta de aviso. Em cúpulas, as nações já celebraram acordos que nunca são cumpridos. E a temperatura do planeta está subindo mais rápido que o previsto. O que era necessário agora torna-se urgente. Já não se fala mais em mudança climática, mas emergência climática. A pergunta que fica é: vamos assistir ao colapso do planeta de braços cruzados?
Precisamos da preservação das florestas e das espécies; do investimento maciço das nações mais ricas e que mais poluem em novas tecnologias e em fiscalizações para evitar desmandos e crimes em regiões que deveriam estar preservadas; da consciência ambiental dos produtores agrícolas, que precisam abraçar soluções mais sustentáveis em massa.
A ganância por lucro a qualquer custo e preço ainda vai tirar muito de nós. Não podemos ser omissos com decisões de políticos que aos poucos podem tornar nossa casa inabitável.
Cada um de nós tem que fazer sua parte. Cobrar das autoridades e denunciar crimes ambientais. Reciclar, consumir menos e melhor, distribuir, colaborar, apoiar os pequenos, dar a mão aos mais fracos. A verdade é que vai ficar pior e, assim como ocorreu com a pandemia de covid-19, nem os mais privilegiados deixarão de sentir as consequências.
Nós temos e jogamos fora o maior dos privilégios. Podíamos ter como professores os indígenas, que sempre cuidaram e amaram a terra, o verde, os rios, a natureza... Eles têm as respostas e são tão simples, que nos recusamos a enxergar. Amar a vida é amar o planeta fantástico que habitamos. Vamos cuidar dele e deixar um lugar habitável para as futuras gerações.
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