Libertadores

Artigo: D10S, Gravatinha e a final

A final inédita entre Boca Juniors e Fluminense terá a influência espiritual de dois personagens sobrenaturais vinculados historicamente aos times candidatos à Glória Eterna

Senhoras e senhores, a final inédita de hoje da Copa Libertadores da América entre Boca Juniors e Fluminense, às 17h, no Maracanã, terá influência espiritual de dois personagens sobrenaturais vinculados historicamente aos times candidatos à Glória Eterna: Diego Armando Maradona e o Gravatinha.

D10S está em outro plano desde 25 de novembro de 2020. A torcida do Fluminense precisa rezar muito porque os milagres maradonianos se multiplicam desde a partida. Irreverente que só ele, o craque anda mexendo os pauzinhos nas resenhas com os deuses do futebol e os convencendo a abençoar os seus times do coração. Vamos à linha do tempo dos acontecimentos...

A seleção principal da Argentina não era campeã de nada desde a Copa América de 1993. Encerrou o jejum em 2021 contra o Brasil, no Maracanã, sete meses depois da morte de Maradona. D10S certamente intercedeu pelo time de Lionel Scaloni e Lionel Messi lá no céu, e a fila andou em um lance curioso: Renan Lodi falhou feio e Di María fez o gol do título na decisão, no Rio de Janeiro.

Há 11 meses, a Argentina tirou das costas o fardo de 36 anos sem conquistar a Copa do Mundo. A última havia sido justamente com protagonismo de Maradona dentro das quatro linhas, no México, em 1986. O poder sobrenatural do craque imortalizado foi testemunhado in loco por quem esteve lá no Catar.

A Argentina se recuperou de uma derrota para a Arábia Saudita na estreia. Lionel Messi "incorporou" Maradona e passou a empilhar exibições divinas contra México, Polônia, Austrália, Holanda, Croácia e França. Não somente ele! O que foi aquela defesa do goleiro Emiliano "Dibu" Martínez na prorrogação? Argentinos fervorosos viram la mano de D10S em ação no milagre.

Há registro de uma outra graça. O Napoli, clube do qual D10S é ídolo, não conquistava o Campeonato Italiano havia 33 anos. Quebrou o tabu na temporada 2022/2023, a segunda com o mítico estádio rebatizado de San Paolo para Diego Armando Maradona.

O Boca Juniors não ganha a Libertadores desde 2007, conta com la mano de D10S, porém maiores são os poderes do Gravatinha. Muitos consideram o Sobrenatural de Almeida protetor do Fluminense. Este é vilão. O herói, na verdade, chama-se Gravatinha. O personagem do dramaturgo Nelson Rodrigues teria morrido em 1918. Vítima da gripe espanhola. Ia ao estádio usando terno e gravata borboleta. Quando ele é visto em algum jogo, é sinal de vitória épica.

Gravatinha não deve ter conseguido ingresso na final da Libertadores de 2008 contra a LDU. Faltou na decisão da Copa Sul-Americana de 2009 contra o mesmo adversário. Dizem que o fantasma é visto no Maracanã desde o anúncio da Conmebol de que a final única seria no Rio. Ele é fã incondicional do dinizismo e usa o traje de gala para sentar-se na tribuna de honra e travar com D10S a última batalha espiritual pela Glória Eterna. Quando Gravatinha aparece...

 


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