Mulheres que amamentam proporcionam doses de saúde aos filhos. Nenhum alimento é tão completo para bebês quanto o leite materno. Mas esse ato de amor e cuidado está ameaçado por propagandas que apresentam fórmulas e leites infantis como semelhantes a essa preciosíssima fonte de nutrição e imunidade. Publicidades chegam a insinuar que fórmulas são melhores do que o leite materno.
O alerta é do Observa Infância, da Fiocruz. Segundo o observatório, o marketing digital desses produtos está cada vez mais agressivo, influenciando diretamente nas escolhas das mães, o que pode impactar a saúde das crianças. O Observa destaca ser urgente regular esse tipo de publicidade. "Recomenda-se como essencial impor restrições claras ao marketing digital de fórmulas infantis em todos os meios digitais, incluindo a proibição de publicidade enganosa e a promoção de fórmulas como equivalentes ou superiores ao leite materno", enfatiza, pregando o incentivo à criação de leis e políticas públicas de apoio à amamentação.
Documento da Organização Mundial da Saúde, divulgado pelo observatório, chama os países para a ação. O foco das orientações é "priorizar o aleitamento materno como a melhor opção alimentar, proibindo a veiculação de mensagens em meios digitais que desencorajem a amamentação ou que incentivem o uso de fórmulas infantis". Os anticorpos e a riqueza nutricional do leite materno indústria nenhuma consegue reproduzir. É um alimento tão poderoso que o bebê não precisa de nada mais, nem mesmo de água, até os seis meses de vida. A partir dessa idade, com o organismo mais desenvolvido, ele deve receber outros alimentos, gradualmente, mas continuar a mamar pelo menos até os 2 anos. Se for por mais tempo, melhor ainda.
Os benefícios da amamentação vão além do fortalecimento do afeto entre mãe e filho. Segundo a Sociedade Brasileira de Pediatria, o leite materno melhora a digestão, minimiza as cólicas no bebê e ajuda a desenvolver a inteligência dele quanto maior o tempo que for ofertado. Já o Ministério da Saúde ressalta a proteção contra alergias, diarreia e infecções — estas duas últimas, as principais causas de mortes de recém-nascidos. Além disso, reduz o risco de a criança desenvolver hipertensão, colesterol alto, diabetes, sobrepeso e obesidade na vida adulta. Não à toa, o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) o define como uma "vacina". É importante a conscientização de toda a sociedade sobre a importância do aleitamento materno. As mães precisam de apoio e encorajamento, em casa e no trabalho, para que amamentem seus filhos e possibilitem que eles cresçam fortes e saudáveis.
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