Uma ótima notícia a inclusão da vacina contra a covid-19 no calendário nacional de imunização a partir do ano que vem. Segundo o Ministério da Saúde, serão priorizadas crianças de seis meses a 5 anos, além dos grupos com maior risco de desenvolver as formas graves da doença.
Mas é óbvio que essa medida provocou a sanha de negacionistas e nova ofensiva contra as vacinas. Uma das investidas partiu da Câmara dos Deputados, onde um grupo de parlamentares aprovou pedido para que a ministra Nísia Trindade compareça à Casa e explique a decisão relativa às crianças. Entre os argumentos, está o de que a covid-19 afeta o público infantil de forma menos severa, por isso, a imunização não deveria ser obrigatória. Um absurdo.
De acordo com a Fiocruz, em 2022, o Brasil registrou uma morte por dia entre crianças de 6 meses a 5 anos, em decorrência do coronavírus. Neste ano, entre janeiro e 11 de julho, aconteceram 80 óbitos de meninos e meninas de até 4 anos. "Durante o mesmo intervalo, foram contabilizadas 2.764 hospitalizações em razão da doença, sendo que 994 delas envolveram crianças de 1 a 4 anos. Isso significa uma média semanal de cerca de 38 hospitalizações para essa faixa etária", destaca o boletim do Observatório de Saúde na Infância (Observa Infância). E a cobertura vacinal contra a covid-19 está baixa nesse grupo.
Ao anunciar a inclusão das vacinas no Programa Nacional de Imunizações, Nísia Trindade reiterou que a aplicação das doses segue orientação da Organização Mundial da Saúde e que elas passam "por rigoroso processo de estudo de qualidade antes de serem incorporadas ao SUS".
Reiterar a eficácia e a segurança das vacinas tem sido uma tarefa permanente do Ministério da Saúde. Uma das lutas é justamente contra a propagação de fake news. Em defesa dos imunizantes, por exemplo, a pasta lançou o Programa Saúde com Ciência. Nele, é possível tirar dúvidas sobre as vacinas, saber quais são as notícias falsas que circulam pela internet e denunciar conteúdos suspeitos, entre outros serviços. O endereço é www.gov.br/saudecomciencia. Se há na sua casa meninos ou meninas que estão com doses em atraso, leve-os a uma unidade de saúde e atualize a caderneta deles. A proteção de crianças e adolescentes é dever de todos nós.
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