Como se justifica o violento e covarde assassinato de 270 jovens numa festa rave, em Israel? A bestialidade, certamente, atingiu seus limites extremos e deploráveis.
Tenho três filhos politizados. De formação, felizmente, democrática. Como eu, são favoráveis à existência de duas pátrias em território no Oriente Médio, como foi a ideia original do governo britânico ao determinar a Partilha. Desde 1948, no entanto, grupos árabes terroristas se opuseram à ideia. Não querem conviver harmonicamente com os judeus. Desejam, como é o caso do Hamas, a sua destruição e a morte dos que seriam seus inimigos.
Quando um não quer, como estabelecer a paz necessária? Acompanho isso de perto, pois tive um sobrinho coronel do Exército (Amiran Nir) e outro (Shimon Sheves) que foi o braço direito do inesquecível Itzhak Rabin, assassinado por um terrorista do lado de cá. Além disso, devo assinalar o ativismo político do primo Sérgio Niskier, que foi presidente da Federação Israelita do Rio de Janeiro. Nossa família jamais poderia ser acusada de omissa nas questões do Oriente Médio. É preciso defender a tese de que a paz se faz necessária, com a adesão das partes. Sem exigências descabidas.
Estive, algumas vezes, em visita a familiares no Estado de Israel. A primeira delas foi em 1967, logo após a Guerra dos Seis Dias. Ainda era possível ver destroços nas ruas da cidade, tanques destruídos, botas de soldados egípcios ornamentando as ruas. Mesmo assim, num clima aparentemente adverso, tive vontade de visitar a Faixa de Gaza. Elogiaram a minha coragem.
Aluguei um táxi por 200 dólares, e fui com a Ruth para aquela zona nervosa. O motorista botou uma "45" no banco dianteiro. Perguntei pra que aquilo, e ele foi claro: "Por aqui, ainda existe muito franco atirador. Se algum deles se colocar no nosso caminho, passo fogo." Um clima naturalmente insuportável. Em nossa excursão, não houve nada de anormal. Cheguei a parar numa feira para comprar legumes e frutas. Quando o palestino soube que éramos brasileiros, sorriu gostosamente. Por que não é sempre assim?
Vamos insistir num ponto: não haverá paz permanente sem que os dois povos tenham seu pleno reconhecimento. Se o Hamas insistir na sua política de destruição do povo judeu, certamente não haverá solução.
Temos que lamentar muito a morte de crianças, mulheres e civis na região conflagrada. É muito triste, também, a posição do Irã nisso tudo. Estimula a guerra, com os recursos do seu petróleo abundante.
O mundo seria mais feliz se a ONU fosse respeitada em suas resoluções inócuas. Determina tréguas humanitárias, mas ninguém dá bola às suas decisões, até porque ela possui um incrível direito de veto, reservado às grandes nações, o que invalida soluções pacifistas.
Estamos rezando por melhores dias. A guerra é a pior das soluções, assim como o ódio jamais será construtivo.
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