Saúide

VSR: casos no DF alertam para prevenção

Até os 2 anos, quase 100% das crianças já foram infectadas pelo VSR, dada a sua alta frequência e sua facilidade de contágio. De acordo com os boletins epidemiológicos do Distrito Federal, só neste ano, foram registrados mais de 1.500 casos de infecção respiratória vírus

O vírus sincicial respiratório (VSR) é um agente patogênico que afeta principalmente o sistema respiratório, causando infecções que variam de leves a graves, principalmente em bebês. A bronquiolite é uma das apresentações clínicas mais conhecidas. Vamos explorar, aqui, as principais medidas preventivas amplamente disponíveis no Brasil na luta contra o VSR.

Até os 2 anos, quase 100% das crianças foram infectadas pelo VSR, dada a sua alta frequência e sua facilidade de contágio. De acordo com os boletins epidemiológicos do Distrito Federal, só neste ano, foram registrados mais de 1.500 casos de infecção respiratória pelo VSR. Esse foi o vírus mais detectado nesses casos entre os meses de fevereiro e abril de 2023.

Todos os anos, especialmente no período da sazonalidade viral, as infecções respiratórias levam a uma superlotação dos hospitais e pronto-atendimentos e à sobrecarga dos profissionais da saúde, além do sofrimento das crianças e das suas famílias. Essas infecções geram um grande impacto na saúde pública e devem ser tratadas com prioridade máxima em todo o mundo, especialmente em países em desenvolvimento.

As pessoas infectadas com o VSR podem apresentar sintomas nasais, tosse, rouquidão, febre, prostração, dificuldade para respirar, chiado no peito, entre outros. O quadro costuma melhorar em cerca de sete a 10 dias. Uma menor parte das pessoas, especialmente os bebês, pode evoluir para uma insuficiência respiratória grave, cianose e até mesmo o óbito.

Ainda não existe um tratamento específico para os quadros de infecção pelo VSR. O tratamento, então, visa promover o suporte clínico e respiratório enquanto a infecção durar, com o objetivo de aliviar os sintomas, de acordo com a necessidade de cada caso — por exemplo, lavagem nasal, antitérmicos e hidratação.

Em casos graves, com insuficiência respiratória, faz-se necessário o uso de oxigênio suplementar para garantir uma adequada oxigenação do organismo ou mesmo o uso de outros tipos de suporte ventilatório. Essa abordagem é frequentemente usada em hospitais e requer monitoramento médico contínuo. Dessa forma, é essencial estarmos atentos às formas de prevenção contra esse vírus para evitar o contágio, a transmissão e o adoecimento.

Uma das melhores formas de evitar a propagação do VSR é adotar medidas preventivas, como a lavagem regular e completa das mãos, especialmente antes de interagir com bebês e crianças. A “etiqueta respiratória”, para evitar a propagação de gotículas contaminadas, também é uma medida muito importante. Devemos evitar o contato próximo com pessoas doentes e aglomerações, além de limpar e desinfetar regularmente superfícies e objetos tocados com frequência, como maçanetas e brinquedos. A promoção da amamentação, alimentação saudável, higiene adequada do sono, bem como evitar o tabagismo, também são medidas que contribuem para reduzir infecções.

Em associação às medidas preventivas gerais, há a imunoprofilaxia do VSR para os bebês de maior risco de infecção grave, como os prematuros ou aqueles com doença cardíaca ou pulmonar. Vacinas estão sendo desenvolvidas e, certamente, vão contribuir muito para o controle desse vírus. No Brasil, o Ministério da Saúde disponibiliza, no Sistema Único de Saúde (SUS), o palivizumabe, que é uma imunoprofilaxia com anticorpos contra o VSR, uma medida bastante eficaz na prevenção de infecção grave por esse vírus nos grupos de risco. Esse medicamento também se encontra disponível pela rede de saúde suplementar, com a cobertura pelos seguros de saúde.

O Distrito Federal e alguns estados brasileiros oferecem a cobertura ampliada da imunização, de acordo com as diretrizes da Sociedade Brasileira de Pediatria, protegendo os bebês prematuros de até 31 semanas e 6 dias de idade gestacional. A imunização com o palivizumabe começou em 2014 no DF e alcançou o maior patamar em 2023 — nesse período de 10 anos, o total de crianças imunizadas chegou a 764.

Em conclusão, o VSR é uma ameaça significativa para bebês e crianças. Embora não haja um tratamento específico para esse vírus, a aplicação de medidas preventivas adequadas ajuda a minimizar sua incidência e gravidade. Em todas as circunstâncias, é fundamental buscar orientação médica para garantir um tratamento adequado e seguro. A alta porcentagem no número de casos no DF e em todo o Brasil acende o alerta da necessidade de um olhar cuidadoso para esse grande problema de saúde pública.

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