Opinião

Artigo: Várias Teresas

Foi com muita surpresa que tomei conhecimento do sucesso que ela obteve durante a pandemia da covid-19, como apresentadora que a levou a ser considerada a rainha das lives

Um dos nomes de maior destaque na cena do samba carioca atualmente, a cantora Teresa Cristina tem vivenciado um interessante processo de transformação ao longo da trajetória artística. Quando a conheci, no final da década de 1990, ela era vocalista do Grupo Semente, atração do bar homônimo e de maior sucesso do bairro boêmio da Lapa, no centro do Rio de Janeiro.

À época, me intrigava o fato de Teresa não encarar a plateia enquanto interpretava clássicos do gênero musical mais popular da MPB. Percebi, ainda mais, a timidez que demonstrava quando a entrevistei, aqui em Brasília, antes do show que apresentou no Feitiço Mineiro.

Tempos depois, constatei que a cantora havia superado, pelo menos em parte, a inibição, quando apresentou um show, em homenagem a Cartola, no Terraço Shopping, acompanhada apenas pelo violonista Carlinhos 7 Cordas.

Foi com muita surpresa que tomei conhecimento do sucesso que ela obteve durante a pandemia da covid-19, como apresentadora que a levou a ser considerada a rainha das lives, programas transmitidos ao vivo pela internet, nos quais interagiu com pessoas comuns, fãs e astros e estrelas da música popular brasileira, entre os quais Chico Buarque, Caetano Veloso, Gilberto Gil, Marisa Monte e a saudosa Rita Lee.

Com carreira sedimentada, 12 álbuns lançados, Teresa Cristina tem brilhado como intérprete de Paulinho da Viola, Candeia, Argemiro Patrocínio, Noel Rosa e Roberto Carlos, deixando claro que de tímida não tem mais nada. Muito pelo contrário. Pude perceber isso, mais recentemente, ao voltar a assisti-la, num show na Sala Tereza Rachel do Teatro Claro, em Copacabana, em homenagem a Zé Keti.

Portanto, não cheguei a me surpreender ao vê-la à frente do Nos bares da vida, uma série de programas para o canal Bis, nos quais entrevista artistas de estilos diversos da MPB, exercita seu lado de intérprete e leva os entrevistados a cantar.

Primeiro foi o Bottles, em Copacabana, onde conversou com Alcione e Áurea Martins. Em seguida esteve no Diagonal (Leblon) e Villarino (centro do Rio de Janeiro), nos quais bateu papo com o roqueiro Leoni, Maria Luiza Jobim e Alice Caymmi, respectivamente.

 


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