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Futebol

Palmeiras e Flamengo são "sócios" na gestão da crise

Leila Pereira e Rodolfo Landim parecem ter combinado discursos e movimentos políticos no Flamengo e no Palmeiras na tentativa de driblar a revolta de torcidas insaciáveis

Leila Pereira e Rodolfo Landim passam por turbulências à frente do Palmeiras e do Flamengo, respectivamente -  (crédito: GILVAN DE SOUZA/FLAMENGO)
Leila Pereira e Rodolfo Landim passam por turbulências à frente do Palmeiras e do Flamengo, respectivamente - (crédito: GILVAN DE SOUZA/FLAMENGO)
postado em 21/10/2023 06:01

Presidentes dos clubes mais ricos, badalados e vitoriosos do futebol brasileiro nos últimos sete anos, Rodolfo Landim e Leila Pereira parecem ter combinado discursos e movimentos políticos no Flamengo e no Palmeiras na tentativa de driblar a revolta de massas insaciáveis. Há características comuns nas duas gestões: o apego ao poder, a fidelidade aos personagens Marcos Braz e Anderson Barros, as guerras declaradas nos bastidores a Eduardo Bandeira de Mello e Paulo Nobre, e uma disputa à parte no mercado da bola pelo mesmo troféu: Bruno Henrique.

Landim não abre mão do vice de Futebol Marcos Braz. A lealdade irá até o fim do mandato, em dezembro de 2024. Numa temporada de insucessos em série, a contratação do técnico Adenor Leonardo Bachi, o Tite, a três meses do fim da temporada, funciona como escudo para o dirigente e o departamento de futebol rubro-negro.

Nos bastidores, Landim trava queda de braço com a oposição. Articula para fazer o sucessor nas eleições do ano que vem e minar a candidatura de possíveis concorrentes como Eduardo Bandeira de Mello. O deputado federal tem o apoio do figurão Márcio Braga.

Leila Pereira passa por uma situação parecida no Palmeiras. Os títulos do Paulistão e da Supercopa do Brasil não satisfazem a torcida alviverde. Assim como Landim, Leila não abrirá mão do questionado diretor de futebol Anderson Barros. Ele permanecerá no cargo enquanto a dirigente lá estiver. Se a diretoria do Flamengo usa Tite como escudo, a do Palmeiras se protege atrás de Abel Ferreira, colecionador de oito títulos em 2 anos, 11 meses e 17 dias.

A presidente também lida com a pressão política. Almeja a reeleição e trabalha para minar opositores. A polêmica entrevista coletiva da semana passada mandou recados. O ex-presidente Paulo Nobre sentiu-se atacado e respondeu em uma carta aberta. Landim e Leila batalham contra antagonistas.

Há outros dois pontos de intersecção nas crises do Flamengo e do Palmeiras. Ambos arriscam ficar fora da próxima Libertadores. O outro detalhe é Bruno Henrique. A situação do atacante pode pacificar os ânimos em um lado da força e acirrar o embate político do outro. O Palmeiras está disposto a despejar dinheiro na conta do atacante para tê-lo no elenco a partir de 2024. A oferta sedutora prevê acordo de quatro anos.

O Flamengo perdeu o "time" no momento de exercer o direito de renovação, tem um teto financeiro para manter o ídolo no elenco e discute se fará loucura, sob pena de abrir precedência nas renovações de Éverton Ribeiro, Gabriel Barbosa e Arrascaeta.

Quem ficar com Bruno Henrique garantirá um período de trégua na política interna. O derrotado verá o ambiente ficar ainda mais hostil e será desafiado a ir ao mercado, a passar o PIX por uma contratação à altura da perda para curar a depressão da torcida derrotada.

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