O Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU), nesta quarta-feira, rejeitou a proposta brasileira de resolução para o conflito entre Israel e Hamas, organização nacionalista e islamista que surgiu na Faixa da Gaza nos anos 1980 e, hoje, é autoridade na Palestina. Aprovada por 12 dos 15 membros do conselho, a proposição brasileira foi vetada pelos Estados Unidos, sob o argumento que não citava o direito à autodefesa por Israel ante a ofensiva de seus adversários.
Em 7 de outubro, o mundo ficou perplexo com o ataque do Hamas contra Israel. Centenas de corpos de civis israelenses estavam espalhados nas ruas da cidade de Sderot, a 500 metros da Faixa de Gaza. Mais de 100 pessoas foram sequestradas e tornadas reféns pelo grupo armado. Israel revidou a agressão terrorista. O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, em declaração pública, anunciou a guerra e prometeu acabar com o Hamas. A mesma promessa fez o grupo inimigo de Israel. Desde então, foram registradas mais de 3 mil mortes nos últimos 12 dias. Uma guerra que não poupa crianças — mais de 500 teriam sido abatidas—, mulheres, idosos e estrangeiros
Na terça-feira, o Hospital Batista Al-Ahli, na cidade de Gaza, foi alvo de um bombardeio. Estima-se que cerca de 500 pessoas morreram, entre pacientes internados e civis que se abrigavam no prédio. A tragédia foi repudiada pela maioria dos países. O Hamas responsabilizou a força aérea israelense de ter lançado mísseis contra o hospital. Israel atribuiu o ataque à facção terrorista Jihad Islâmica. O presidente norte-americano, Joe Biden, também defendeu Israel.
As atrocidades de lado a lado ocorrem há mais de 70 anos, com breves e pífios armistícios. Os líderes das nações mais ricas e desenvolvidas sabem da fragilidade desses intervalos de trégua, em que os ânimos entre palestinos e israelenses estão amainados e não os aproveitam para construir a paz entre os dois povos. Obviamente, não é um desafio fácil de ser vencido. Há um ódio mútuo, nutrido ao longo do tempo, e consolidado a cada acirramento dos conflitos. Mas é preciso quebrar esse círculo letal para os dois povos.
Torna-se imprescindível encontrar meios de definir territorialidade para palestinos e israelenses. A proposta estruturada pela diplomacia brasileira apontou opções elogiadas pela maioria dos integrantes do Conselho de Segurança da ONU. Há, portanto, caminhos para colocar os confrontos no passado e construir um futuro sem guerra. Para isso, é preciso bom senso, vontade política e alinhamento com os direitos humanos, deixando de lado interesses que se opõem à paz.
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