Depois de anos de retrocessos, o Brasil corre para sanar um prejuízo gravíssimo. É urgente retomarmos as altas coberturas vacinais — a Organização Mundial da Saúde (OMS) orienta que sejam de ao menos 95%. Mas, por aqui, ficaram em 67,94% no ano passado. Isso significa sério risco de vermos a reintrodução de doenças que estavam erradicadas ou controladas no país. Caso da poliomielite, eliminada no Brasil em 1989. Contra essa enfermidade, conhecida como paralisia infantil, já tivemos 95% de cobertura, porém agora não atingimos 60%. É assustador.
O enfrentamento desse desafio requer uma ampla mobilização. O novo governo — condizente com seu dever, ou seja, numa postura responsável que não vimos nos últimos quatro anos — se empenha para elevar as coberturas. Está em andamento, por exemplo, a multivacinação, com foco em crianças e adolescentes menores de 15 anos. E outras ações do Ministério da Saúde integram o Movimento Nacional pela Vacinação, como a volta de campanhas massivas de comunicação que buscam conscientizar a população para a importância das doses.
Mas é imprescindível o engajamento de todos nós. Foi uma satisfação saber que este Correio entrou na luta, assim como todas as empresas dos Diários Associados. O grupo aderiu ao Pacto Nacional pela Consciência Vacinal, uma iniciativa do Conselho Nacional do Ministério Público. Assim, uniu-se a governos estaduais, MPs, entidades da sociedade civil e outras empresas para reforçar o quão fundamental é a vacinação para a saúde pública. Fazer o Brasil voltar a ser exemplo mundial de imunização passa, especialmente, pelo combate ao negacionismo e às fake news sobre as vacinas. É preciso recuperar a confiança da população, abalada por todo tipo de notícias enganosas.
Vacinas são seguras e eficazes. Evitam de dois a três milhões de mortes por ano, segundo a OMS. Eliminam ou reduzem o risco de contrair doenças ou de que ocorram quadros graves. São, portanto, uma conquista formidável da humanidade. O Programa Nacional de Imunizações (PNI) — que está completando 50 anos de existência — disponibiliza doses contra uma gama de enfermidades. São gratuitas, acessíveis a todos! Não abra mão dessa proteção. Se tiver com vacinas em atraso, procure uma unidade de saúde. Caso haja crianças ou adolescentes em casa, leve-os também para atualizar o cartão de vacinação. Imunizantes salvam vidas.