Infância

Artigo: Alertas para a saúde mental

É preciso enfatizar o dever do Estado, especialmente neste Setembro Amarelo, em que o tema do suicídio ganha destaque

A saúde mental de crianças e adolescentes tem estar entre as prioridades das políticas públicas voltadas a essa camada da população. É preciso enfatizar o dever do Estado, especialmente neste Setembro Amarelo, em que o tema do suicídio ganha destaque.

No Brasil, o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) estima que um em cada seis meninas ou meninos entre 10 e 19 anos tenha algum transtorno mental, o que eleva o risco de automutilações, depressão e suicídio. E a Organização Pan-Americana da Saúde (Opas) aponta que o suicídio é a terceira principal causa de morte entre adolescentes de 15 a 19 anos no mundo. Necessário ressaltar: crianças também tiram a própria vida, embora sejam casos raros.

A adolescência, especificamente, já é complicada, por causa das muitas transformações que ocorrem nessa fase e que costumam provocar angústias e inseguranças. Acrescente-se a isso um mundo estressado, bombardeado por informações o tempo todo, e a influência das redes sociais e temos um rol capaz de deixar meninos e meninas vulneráveis a transtornos mentais. Obviamente que bullying e violências físicas, psicológicas e sexuais, entre outros, engrossam essa lista. Cito apenas alguns gatilhos, salientados por especialistas, para um problema complexo, que envolve múltiplos fatores.

No e-book "Saúde mental de adolescentes e jovens", o Unicef e o Instituto Vita Alere relacionam sintomas da depressão que, em casos graves, podem levar à autodestruição. São sinais para os quais devemos ficar atentos: tristeza que não cessa, perda de interesse ou prazer em coisas que antes gostava, sentimentos de culpa ou inutilidade, baixa autoestima, alteração de sono e apetite (para mais ou para menos), cansaço que não vai embora, falta de concentração e vontade de morrer.

Também sobre esse tema, a Fundação Abrinq alerta que "o conceito de saúde mental e os problemas que vêm atingindo as crianças e os adolescentes nos tempos atuais precisam ser amplamente discutidos pela sociedade, pois a falta de conhecimento sobre o assunto, muitas vezes, coloca em risco a vida deles".

Conscientizar a sociedade a respeito do suicídio e das formas de prevenção também é ferramenta imprescindível nesse enfrentamento. Vamos prestar atenção a crianças e adolescentes na nossa casa e no nosso entorno. Observar e buscar ajuda. O acolhimento desses meninos e meninas e o tratamento adequado dos transtornos mentais compõem as medidas para mudar um caminho que pode ser fatal.

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