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CULTURA

Artigo: Longevidade e jovialidade

Jornalista Irlam Rocha Lima comenta a vitalidade, longevidade e jovialidade do cantor Ney Matogrosso, no show Bloco na rua

 2023. Divirta se Mais. Ney Matogrosso.
       -  (crédito:  Marcos Hermes//Divulgacao)
2023. Divirta se Mais. Ney Matogrosso. - (crédito: Marcos Hermes//Divulgacao)
postado em 26/09/2023 06:00 / atualizado em 26/09/2023 06:00

Na matéria que publiquei no Correio Braziliense para divulgar o Bloco na rua, show que Ney Matogrosso apresentou sábado último no auditório master do Centro de Convenções Ulysses Guimarães, o citei como símbolo de longevidade, vitalidade e jovialidade, mas não entrei em detalhes. Atento ao espetáculo, que assisti pela quarta vez — três naquele local e uma outra no Vivo Rio (Rio de Janeiro) — voltei a impressionar-me com a exibição desse gigante da música brasileira, que iniciou a carreira em Brasília no final da década de 1960.

Ao utilizar a voz, seu principal instrumento de trabalho para interpretar as canções, o cantor deu provas que aos 82 anos mantém o timbre — de contralto — em plena forma. Deixou claro também de que a idade não é um empecilho para desenvolver a coreografia — marca registrada de sua performance cênica.

Durante uma hora e meia, Ney não se deu refresco. Exibindo figurino criado pelo estilista Lino Villaventura, usou o corpo para realizar movimentos variados, embora conexos, acrescidos de toques de lascívia, despertando o entusiasmo da platéia que superlotou aquele espaço. Além de aplausos calorosos, ouviu gritos dos fãs, de ambos os sexos, saudando-o com expressões elogiosas como "lindo, maravilhoso e gostoso". Ele recebeu aquelas manifestações de carinho com um esboço de sorriso.

O repertório, bem eclético, característico do gosto musical de Ney, trouxe desde o rock Jardins da Babilônia, da eterna Rita Lee, à Pavão Mysterioso, canção de protesto, composta pelo cearense Ednardo, passando por Como 2 e 2 (Caetano Veloso), Yolanda (versão de Chico Buarque e para clássico da obra do cubano Pablo Milanez), e Ponta do lápis (Clodo Ferreira e Rodger Rogério) e, claro, a que dá título ao show.

Quando ele interpretou a erótica Maçã (Raul Seixas), com atenção redobrada, o público presenciou um vídeo exibido no telão, que mostrava simulada relação sexual de um casal. A surpresa ficou por conta de Homem com H, do compositor paraibano Antônio Barros, um dos maiores sucessos do cantor, que não constava do set list,ouvida no bis.

Em carreira solo, Ney trouxe à capital todos os seus shows — do Bandido, de 1975 a Atento aos sinais, que ficou em cartaz durante a década passada. Ele ainda não informou quando encerrará a turnê de Bloco na rua, mas já se sabe que o próximo espetáculo será Nu com minha música, título álbum que lançou para comemorar os 80 anos — inspirado em canção homônima de Caetano Veloso.

Sigo a trajetória de Ney Matogrosso desde os tempos do Secos & Molhados, que o tinha como protagonista. À época, o grupo se apresentou no Nilson Nelson e bateu o recorde de público, lotando o ginásio por duas vezes, na mesma noite. Assisti a todos os shows do cantor em Brasília. Mas, o mais emblemático foi o que ele fez na abertura do primeiro e histórico Rock in Rio, em 1985, acompanhado pela banda brasiliense Placa Luminosa.

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